sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sonhos e visões para o tempo do Fim - Daniel Werneck

Imagem cedida por: http://alcanceopoder.com.br/site/?p=451

Amados, criei este tópico com o intuito de alertar os irmãos quanto aos eventos futuro, onde creio que deus ainda fala por meio de sonhos e visões. essa sequencia de fatos aqui, foram postadas por mim há mais ou menos dois meses em uma comunidade do orkut chamada sinais do apocalipse e resolvi compartilhar com os leitores tudo aquilo que escrevi lá, postarei aqui. meu desejo não é causar sensacionalismo, emocionalismo ou coisa parecida, onde entendo que você é livre pra acreditar ou não, mas gostaria de compartilhar com os amigos. 

Quero de antemão citar um evento que já se cumpriu onde foi falado por mim antes de ocorrer que foi a morte de um grande líder do oriente médio (a que tudo indica Osama Bin Laden). A partir de agora, irei transcrever as revelações. os leitores perdoem me alguns erros de concordância e abreviações pois procurei deixar o texto original conforme o momento que o digitei em rascunho.

Início do meu relato:
10 de Abril de 2011

Amados. criei esse tópico não com o objetivo de fazer sensacionalismo ou sacanear alguém, ou coisa parecida, ou também dar uma de profeta. não não. quero que os irmãos julguem aquilo que irei falar, se eu estou ou se falei da Parte do Senhor ou não. senti a necessidade de falar isso e tem me incomodado devido ao fato de ver muitas pessoas em vários tipos de caminho e correntes espirituais e totalmente despreparados para o que virão. muitos podem e irão dizer que o que já falei, esta na bíblia e tal, só que as revelações contidas nas escrituras são para os cristãos, e como há de acontecer de forma interpretada pelos apóstolos e tal, mas para os ímpios entenderem, é preciso que se saibam que para chegarmos aos eventos que irão preceder os dias da besta, é preciso entender como os eventos se desenrolarão em nosso tempo. 

o que irei falar sobre isso é FATO , não fruto de especulação. agora o principal que quero que os irmãos entendam e que muitas medidas precisarão ser tomadas para que se viva bem, e passem por esses dias, e leve muitas pessoas a cristo e também muitos que se dizem cristãos não venham a trair Jesus.

Peço desculpas aos irmãos que ainda não adicionei aqui no orkut, e estou tentando adiciona-los e não estou conseguindo. pode ser algum problema do sistema.
Para quem não me conhece, tenho uma vida normal, e bem abastada. sou formado em administração, tenho técnico também e outros cursos.. sou servidor público e também tenho outras atividades junto com minha esposa. não querendo expor a minha vida, quero dizer que desde que me converti, sempre tive intimidade com o Senhor jesus, através de sonhos e visões. 

É um meio natural que ele sempre usou para me revelar algo ou me advertir. só que o que irei postar aqui é uma sequencia de fatos e eventos que o Senhor me revelou e passarei para os irmãos em forma, creio que cronológica, pois não adianta eu saber o que irá acontecer e não falar para ninguém. 

continua
Em parte, divido essa honra, de poder escrever a muitas pessoas, mas aqui em especial ao Irmão marcelo (que é cruzeirense afirmando mas é atleticano inrustido rsrsrsrss) e o o John, pois por causa dos seus pontos de vista escatológicos, eu orei em cima daquilo que eles tem apresentado aqui ao longo dos anos, e tenho tido muitas confirmações a respeito disso. agradeço também a eles.

  A reflexão maior desse tópico principal é oque voce irá fazer diante dos eventos que irão ocorrer? (...) pois bem... irei relatar as revelações que tive.....
(em sentido cronológico)
 

Amados, de dois anos para cá venho sentido que grandes coisas iriam a acontecer, só não imaginava como. era um defensor ferrenho do pré tribulacionismo, mas quando comecei a estudar a escatologia através da herminêutica e exegese, minha visão mudou em relaçao as palavras em mais de 80%, e principalmente sem interferência de uma corrente de pensamento A ou B, mas simplesmente e puramente as escrituras, comparando passagens com passagens, e textos com textos etc....
 

E também pra se entender a bíblia tem que ter oração, meditação nas passagem e revelação da parte de Deus para compreender algumas verdades, que para muitos parecem ocultas. 

Pois Bem, o Senhor me revelou muitas coisas... principalmente no período de dezembro a fevereiro deste ano. e irei postar aqui.
 
Em primeiro lugar quero afirmar aos Irmãos que uma grande crise financeira vai se levantar na terra. essa crise é a ULTIMA antes da formação oficial dos dez reis da onde sairá o anticristo. essa crise chegará até o nosso país, cidades e municípios. junto com ela virá UMA GRANDE fome e falta de alimentos também em nosso pais. Desabastecimento, inflação, devido a uma Grande crise que acontecerá e arrastará TODAS as nações, forçando as a criar um novo sistema de controle FINANCEIRO e monetário

Muitos ímpios pensarão e verão que é a Mão de Deus. mais durante esse tempo, os crentes verdadeiros serão guardados de modo sobrenatural e muitas pessoas verão isso e saberão que deus esta em nosso meio. as capitais sofrerão muito. saques violência, disputas. mas o segredo da vitória dos crentes estará em :
 

(Salmos 133:1) - OH! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.
 

Essa vai ser a chave da vitória da igreja. Essa crise vai fazer com que muitos irmãos se lembrem das palavras de outros que foram mais além e disseram detalhes que isso aconteceria. mas quais serão os eventos que precederão essa crise?
 

Pois bem. o estopim para o início dessa crise é o esfacelamento da União europeia e fortalecimento do oriente médio. os pré-sinais dessa crise começaram com as quebras das contas de portugal, Grécia e outros países. 

A união Europeia vai esfacelar, muitos países enfrentarão protestos tremendos e começará um colapso nas bolsas de valores. os preços das comodites irão subir (feijão, milho, e arroz etc), aonde, por coiscidência, aqui o meu município também é um dos maiores produtores de milho também e ele atingiu o preço RECORDE de R$ 50,00 reais o saco (onde o preço médio era de R$ 13,00, 15...) e não a sinais de retração. aqui se faz quase tudo com o milho.  

Junto com tudo isso vai acontecer uma crise no oriente médio, onde (como ja falei para alguns desde dezembro) o anticristo já começou a se movimentar no oriente... e as mudanças de governo que esta ocorrendo lá, e para que no próximo período esses mesmos sistemas o venham o reconhecer como o TAL e se consiga a trégua com Israel. 

Não tô pegando carona em nada, mas tenho testemunhas que provariam aqui que falei antes de começar a acontecer que esse ano é decisivo para a igreja e que as ditaduras do oriente médio precisam cair para que a nova ordem mundial seja enplementada.

Serão esses novos líderes que farão e receberão de braços abertos a nova aliança que será feita com os Judeus.
 

2º ponto dessa crise... Israel irá atacar uma nação de prova preventiva (creio ser o Irã).. o ataque não dará muito certo.. os países protestam contra Israel O conflito ganha proporções. 

No Brasil é baixado um decreto proibido reuniões públicas, encontros entre entidades religiosas, sindicatos etc. o país, atraves do governo. vota contra Israel. Muitos brasileiros que desobedecerão as ordens do decreto irão para centros de detenção espalhados onde ninguém saberá o paradeiro de muitos entes.. irão em ônibus (parecido com aqueles negócios do FEMA americano). Irão presos políticos, militantes e também "fanáticos religiosos" que assim serão chamados. enquanto isso continuará acontecer, outros eventos paralelos estarão acontecendo. a fraçna por ser uma das principais líderes da OTAN, sofrerá um grande atentado na torre Eifel. Aquela torre irá cair. Nova York sofrerá um atentado Nuclear que abalará todos o Mundo. durante essa crise, um certo país atacará também de surpresa a costa leste americana com misseis partindo de submarinos estacionados nas costas de conectcut, New hampishare, nova jersey.... 

Uma grande perseguição se dará sobre a igreja de forma repentina, os principais líderes dos movimentos evangélicos não estarão preparados para isso. um conselho, tipo, não sei bem a palavra, se levantará para se reunir contra o decreto que será assinado. tudo indica que isso será levado a cabo e discurssões durante um bom tempo de anos. muitos pastores aqui no Brasil irão se levantar contra esse decreto. conforme os eventos irão se desenrolar, muitos crentes fieis despertãrão e verão que a escatologia e UNA e que muitos líderes não os prepararam para esses eventos que se seguirão. muitos se acomodarão com o sistema.
 

Enquanto isso á União europeia se reestrutura de uma forma tal que a igreja romana recupera parcialmente o poder que tinha na idade média. os Estados unidos e a Englaterra darão suporte (como esta acontecendo hoje) a Besta. eles estão por tras da sua ascenssão. (tempo cronológico, incerto nesse ponto a partir de agora.. um pouco antes ou um pouco depois)
 

Começará uma previa das perseguições da Grande Tribulação. a igreja romana com a ajuda dos dez Reis irá começar uma perseguição temporal aos cristãos fieis. mas isso é pra sua propia destruição e acumular pecados que faltavam para ser destruída. começará (não definido tempo cronológico) apresentação de um novo sistema que irá revolucionar as transações e dará uma falsa prosperidade. muitas pessoas estarão encantadas e fascinadas. começa a implementação dele pelos servidores públicos. é dado um prazo para que os servidores públicos do País começem a aderir esse sistema para que também o mesmo tenha seus ônus referentes a remuneração pelo trabalho. 

muitos crentes irão até o limite do prazo. vencido o prazo, os fieis pedirão exoneração. terão que ganhar dinheiro de outra maneira. muitas pessoas trairão Jesus durante esse tempo devido a facilidade do sistema. e muitos aderirão dizendo que jesus não voltou ainda, que isso não é a marca da besta...e tal.... o trabalho de marketing será tal que a sedução pelo sistema enganará a muitos. apostasia generalizada. os crentes fieis em várias partes do país ja se organizavam em datas para irem para lugares previamente escolhidos onde mudarão seus estilos de vida radicalmente. o tempo findado muitos crentes ficarão no sistema. o remanescente irá para o "deserto" isto é, para lugares previamente determinados...
 

Havéra muita dor com separaçao de parentes, entes queridos que ficarão no sistema.
as proibições dos cultos públicos acelerarão esse processo de saída do sistema e lugares de refúgio...

 

Enquanto isso, mais catástrofes assolarão os países... o Rio de janeiro será atingido por uma tsunami... todo o centro ficará debaixo dagua.

(tem mais algumas coisas... preciso sair agora...)

vou tomar café e ir a um enterro.l até mais tarde.
 

observação: o ataque a nova York será por submarinos também. Chineses ou Russos. será algo combinado previamente e repentinamente. 
  
sim amados... mais algumas informações...
Continuando...

 

(tempo a ser definido) Israel será invadido pelo norte. O Egito sofrerá uma pressão para abrir as fronteiras para o êxodo de pessoas fugindo da invasão. O Egito cederá as pressões e a penísula do Sinai também será rota de fuga para muitos judeus. A coalizão de países se voltará contra o Egito por ter permitido isso (algo como que os egípcios estarem ajudando os judeus) até esse ponto acredito que o tratado de paz estará em vigor e o Egito não quererá entrar em guerra com Israel. As fronteiras são abertas. Israel terá que enfrentar uma invasão vinda do norte onde provavelmente terá que lutar em três frentes de batalha. Haverá um bloqueio marítimo. 

A que tudo indica o suporte americano no mediterrâneo. Esse bloqueio a que tudo indica será quebrado fazendo com que haja uma recuada da marinha (pode ser devido aos eventos relacionados com a explosão e ataque das frotas inimigas da costa leste dos estados unidos, isto é e a Nova York). Israel ficará sem cobertura forte pelo mar. 

Um grande líder do oriente médio irá falecer (talvez Kadaf). Um acontecimento extraordinário na Austrália (talvez um tsunami.. ou terremoto)....
 

Os dias da Besta chegam. Aumento dos das atividades demoníacas e Espíritos de adivinhações. Apostasia generalizada. As religiões receberão a besta na primeira parte..... Espíritos enganadores seduzindo as pessoas (até mesmo dentro da igreja)... a igreja fiel... vai pro “deserto” (quem lê que entenda). Os crentes fieis desde já, sendo orientados para o que deverão fazer.
 

Os 4 cavaleiros vindo.... se levantando para andar sobre a terra....... trazendo os juízos....
 

........................por enquanto até aqui...................
 

algumas revelações pós esse testemunho colocado com o tempo no tópico:

Os dias da besta irão começar mais rápido do que as pessoas imaginam.. em um sonho saia correndo avisando as pessoas (os crentes) dizendo que os tempo esta se esgotando e que eles precisavam saber as verdades (sobre o que iria acontecer... crentes desavisados e despreparados escatologicamente). 

11 de Maio de 2011
antes de vir trabalhar eu tive um descanso... tipo..antes do almoço resolvi descansar pois tinha acordado muito cedo... então eu tive um sonho que foi assim:
"sonhei que meu pastor estava, ora de um lado e ora de outro preocupado..... uma hora era ele e outra era igual a um outro pastor que conhecia... ele estava preocupado....

ai eu dava um brado tipo assim:*-- Paaaastorrr! é a teoria dos principados... eu estava certo!!!
 

(Ai eu estava confiante diante de uma teoria que eu tinha falado com ele há alguns tempos e postei aqui na comunidade em parte e até o irmão Marcelo tinha comentado em um tópico sobre ela.. ai o tópico esfriou e tal.. era ligado a chave escatologica)
 

Então ele perguntava: -kd ela? (eu dizia)- ta aqui na minha mão.. eu entregava pra ele uma folha em branco escrita... ai ele entrava pra dentro de seu quarto... eu eu ficava do lado de fora esperando alguma resposta...

03 de Maio de 2011 

Esssa noite tive mais um sonho que posso considerar INTERESSante...
sonhei que estava em um monte a beira da praia... via algumas crianças brincando de pegar onda perto da areia... e estava nesse monte onde atras de mim tinha alguns prédios.... ai alguem me dizia se eu sabia que ja tava chegando a hora das ondas baterem, ou chegarem naquele local.. eu disse que sim... (algo como umas14:00 horas e tal.. ou mais tarde um pouco)......

 

Então me preocupei em recuar meu carro no sonho para que as ondas não o viessem levar, ou arrasta-lo..... pois bem... na hora certa começou a aparecer de frente a mim uma onda gigante (tsunami mesmo).... ela era alta... e me lembro de vir outra grande por tras delas mesmo.. ela vinha arrebentando tudo.. levando tudo que vinha pela frente e eu como estava em uma parte alta.. .estava seguro dela....
 

o que me chamou a atenção e que bem em frente, no meio do mar, eu via os três poderes de Brasilia (aquele predio com o prato virado pra cima e para baixo...)... as ondas batiam nele com força... que chegavam perto do último andar....ai a onda foi arrastando.. o prédio aguentou a pancada e foi tipo se esfacelando..esfacelando... e tombou por terra.... e esse prédio, pois conheço Brasília, é o símbolo da nossa capital.. ele tombou no meio do mar.... e a onda atingiu com ímpeto a costa Brasileira....
só isso que posso falar....

07 de Maio de 2011

Estava deitado ainda agora... e de repente tive uma visão.... ví que estava de frente a uma cidade.. e alguem me mostrava:..
-olha pra cidade!

ai eu olhava e via saindo dela uma fumaça escura... parecida com fumaça de incêndio....
 

depois se levantava uma coluna de fumaça e forma de cogumelo... e era grande a cabeça da núvem em forma de cogumelo.....ai eu tornei e resolvi escrever aqui... amados.... eu entendi que pode ser o primeiro atentado Nuclear da história contra alguma cidade Europeia ou americana....
vigiemos a França, italia e inglaterra..... e os EUA....amados é sério... não sei quanto tempo isso ocorrerá!

17 de Maio de 2011

Lembro me de chegar na terra de Israel com minha esposa.. começa a andar em uma cidade (não sei se era jerusalem ou telaviv) era uma cidade grande e bem movimentada.. eu andava com ela e tal ai em um determinado momento eu me des encontrava de minha esposa mas eu ia falar com os judeus sobre o anticristo.. lembro me de falar com dois jovens Judeus dizendo que o anticristo saíria do meio deles. disse lhes que se levantaria um lider da união Europeia que por fim iria apresentar esse homem o anticristo, oriundo dessa região. eu chegue a ve-lo la e ai perguntei a ele ou a alguem sobre os óculos dele (pois em outros sonhos o via de óculos) e dizia que sim, ele usa óculos, só que no sonho eu o via sem óculos... e era parecido com um que tinha visto em meus sonhos anteriores... ele (o anticristo) agia normalmente como uma pessoa comum... e bem carismático... lembro me desse sonho eu tentar procurar minha esposa e recebi um telefonema do Brasil, que era minha mãe querendo falar comigo, e falava ao telefone... eu no sonho preocupava me de estar faltando alguma prova da faculdade (detalhe, eu já terminei a faculdade)... pois estavamos ali a alguns dias... ou ficariamos poucos dias... e terminei esse sonho procurando minha esposa, pois estava meio perdido nessa cidade Israelense preocupado em falar com os judeus sobre ele.

23 de maio de 2011

Essa noite

sonhei que acontecia um terremoto que era sentido no mundo todo... e os líderes mundiais iriam se reunir por causa desse terremoto que foi sentido no mundo todo.

quero deixar relatado também uma visão que tive mes passado onde eu via a cruz do cristianismo sendo deteriorada, pegava fogo e caia por terra... e um homem de terno, onde eu não via seu rosto se levantava da terra (no caso o anticristo).. uma nuvem escura cobria seu rosto...

fim...

Como está sua vida de oração? D.M.Lloyd-Jones

Imagem cedida por: http://curtacristo.wordpress.com/2010/02/22/orar-e-um-privilegio/

Qual é o lugar da oração em sua vida? Que proeminência tem ela em nossas vidas? É uma pergunta que eu dirijo a todos. É necessário que ela atinja tanto o homem que é bem versado nas Escrituras e que tem um bom conhecimento de doutrina e teologia, quanto a qualquer outro. Que lugar a oração ocupa em nossas vidas e quão essencial ela é para nós? Será que temos percebido que sem ela desfalecemos?
Nossa condição definitiva como cristãos é testada pelo caráter da nossa vida de oração. Isso é mais importante que o conhecimento e o entendimento. Não pensem que eu estou diminuindo a importância do conhecimento. Tenho passado a maior parte da minha vida tentando mostrar a importância de se ter um bom conhecimento e entendimento da verdade. Isso é de importância vital. Só há uma coisa que é mais importante: a oração. O teste definitivo da minha compreensão do ensino bíblico é a quantidade de tempo que eu gasto em oração. Como a teologia é, no final das contas, conhecimento de Deus, quanto mais teologia eu conheço, mais ela deveria me guiar na busca desse conhecimento. Não se trata de conhecer sobre Ele, mas de conhecê-lO. O objetivo inteiro da salvação é me trazer a um conhecimento de Deus. Eu posso aqui falar de uma maneira acadêmica sobre regeneração, mas o que é, afinal, a vida eterna? É que eles possam conhecer a Ti, o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem enviaste. Se todo o meu conhecimento não me conduz à oração, certamente há algo de errado em algum lugar. Espera-se que ele faça exatamente isso. O valor do conhecimento é que ele me dá uma tal compreensão do valor da oração, que eu passo a dedicar tempo a ela e a me deleitar com ela. Se meu conhecimento não produzir esses resultados em minha vida, há algo de errado e espúrio nele, ou então devo estar lidando com este conhecimento de uma maneira completamente equivocada.
FONTE: http://www.bomcaminho.com/mlj002.htm

O caráter de um velho puritano ou não-conformista inglês

Imagem cedida por: http://batistaspuritanos.blogspot.com/2010_03_01_archive.html
 O Velho Puritano inglês era alguém que honrava a Deus acima de tudo, e sob Deus dava a cada um o que lhe era devido. Seu primeiro cuidado era servir a Deus e nisso ele não fazia o que lhe parecia bom aos seus próprios olhos, mas o que é bom do ponto de vista de Deus, fazendo da Palavra de Deus a regra da sua adoração. Ele tinha em alta conta a ordem na Casa de Deus, mas não se submetia, por causa disso, a ritos supersticiosos que são supérfluos e morrem pelo uso. Ele reverenciava a autoridade mantida em sua esfera, mas não se atrevia, sob pretexto de sujeição aos poderes mais altos, a adorar a Deus segundo as tradições dos homens. Ele observava todos os mandamentos de Deus, mas alguns ele estimava como de maior conseqüência.
Ele passava muito tempo em oração; com ela ele iniciava e terminava o dia. Nela ele era muito exercitado em seu quarto, com sua família e na assembléia pública. Ele valorizava mais aquela forma de oração em que, pela graça de Deus, as expressões variavam de acordo com as necessidades e ocasiões presentes; entretanto não considerava erradas as formas fixas. Portanto naquela situação da igreja ele não rejeitava completamente a liturgia, mas a corrupção dela. Ele considerava a leitura da palavra uma ordenança de Deus tanto em particular como em público, mas não julgava que a leitura era pregação. A palavra lida ele considerava ter mais autoridade, mas a palavra pregada maior eficiência.
Ele considerava a pregação tão necessária agora quanto na Igreja Primitiva, estando ainda o prazer de Deus na loucura da pregação a fim de salvar aqueles que crêem. Ele considerava superior aquela pregação em que havia mais de Deus, menos do homem, quando eram recusados adornos vãos de inteligência e palavras, e a demonstração do Espírito de Deus e de poder era enfatizada. Entretanto ele era capaz de distinguir entre simplicidade instruída e rudeza negligente. Ele considerava a clareza a melhor graça de um pregador; e o melhor método aquele que era mais útil à compreensão, afeições e memória. Para isso ele considerava ordinariamente que nenhum era mais adequado do que doutrina, ponderação e uso. Os melhores sermões eram aqueles que chegavam mais perto da consciência, todavia de forma a ter as consciências dos homens despertadas, e não desanimadas.
"Ele passava muito tempo em oração; com ela ele iniciava e terminava o dia."
Ele era um homem de bom apetite espiritual e não se contentava com uma refeição por dia. Um sermão à tarde era apreciado por ele tão bem como um pela manhã. Ele não ficava satisfeito com orações sem pregação; de forma que se esta estivesse faltando em casa, ele a buscaria em outro lugar, ainda que ele tomasse o cuidado de não desencorajar seu pastor por sua ausência, desde que o pastor fosse fiel, ainda que outro pudesse ter dons mais vivos. Uma palestra ele respeitava, apesar de não ser necessária. Ainda que fosse uma benção, ele a recebia com um pouco de dor e sentimento de perda.
O Dia do Senhor ele considerava uma ordem divina, e o descanso nele necessário, desde que conduzisse à santidade. Ele era muito consciencioso na observância daquele dia como o dia de mercado da alma. Ele tinha cuidado em lembrar-se dele, de deixar casa e coração em ordem para ele e quando o dia chegava, ele se aplicava em melhorá-lo. Ele livrava a manhã de sono supérfluo e vigiava o dia inteiro seus pensamentos e palavras, não só para restringi-los da maldade, mas também do mundanismo. Todas as partes do dia eram como que santas para ele e ele se dedicava continuamente a uma variedade de deveres santos; o que ele ouvira em público, ele repetia em particular, para afiar a si mesmo e a sua família. Recreações permitidas ele considerava inadequadas para este dia e as ilegais muito mais abomináveis. Mas ele conhecia a liberdade que Deus lhe deu para o necessário refrigério, o qual ele nem recusava, nem abusava.
O sacramento do batismo que ele recebera na infância ele observava olhando para trás ao atingir a idade correta para responder a seus compromissos e reivindicar seus privilégios. A Ceia do Senhor ele considerava parte do alimento da alma, pela qual ele trabalhava para manter o apetite. Ele a considerava como uma ordenança da mais estreita comunhão com Cristo e portanto requeria preparação ainda mais precisa. Seu primeiro cuidado estava no exame de si mesmo, mas como um ato de ofício ou caridade ele tinha também um olhar para os outros. Ele procurava pôr os escandalosos para fora da comunhão; mas ele mesmo não os expulsava, porque os escandalosos eram tolerados pela negligência de outros. Ele condenava a superstição e vaidade dos jejuns papistas, mas não desperdiçava uma oportunidade para humilhar sua própria alma através de um verdadeiro jejum. Ele abominava a doutrina papista do opus operatum em ação. E na prática não se apoiava na performance, mas no que era feito em espírito e em verdade.
Ele entendia que Deus tinha deixado uma regra em sua Palavra para disciplina, e era a aristocrática por meio de anciãos, não a monárquica por meio de bispos, nem a democrática por meio do povo. Disciplina adequada ele julgava não pertencendo ao ser, mas ao bem-estar de uma igreja. Então ele considerava como mais puras aquelas igrejas em que o governo era exercido por presbíteros, mas não julgava como falsas igrejas que procedessem diferentemente. Perfeição nas igrejas ele achava ser algo mais para ser desejado do que esperado. E, portanto ele não esperava um estado da igreja em que não houvesse qualquer defeito. As corrupções que havia nas igrejas ele considerava seu dever lamentar com esforços para correção; mas ele não se separava, de forma que ele poderia participar da adoração sem participar da corrupção.
"Então ele considerava como mais puras aquelas igrejas em que o governo era exercido por presbíteros, mas não julgava como falsas igrejas que procedessem diferentemente."
Ele não atribuía santidade às igrejas, como no templo dos judeus; mas considerava-as convenientes como as sinagogas deles. Ele as teria mantido decentes, mas não magníficas, sabendo que o evangelho não requer pompa externa. Sua principal música estava no cântico de salmos, nos quais, apesar de não negligenciar a melodia da voz, ele cuidava principalmente da melodia do coração. Ele não gostava do tipo de música na igreja que provocava deleite sensual e era um obstáculo ao avanço espiritual.
Ele considerava a sujeição aos poderes mais altos como parte da religião pura, como também a visita aos órfãos e viúvas. Entretanto ele distinguia entre a autoridade e as luxúrias dos magistrados. Àquelas ele se submetia, mas nestas ele não se atrevia a ser servo de homens, tendo sido comprado por preço. Leis e ordens justas ele obedecia de boa vontade, não só por temor, mas também por dever de consciência; mas aquelas que eram injustas ele recusava-se a observar, escolhendo obedecer antes a Deus do que ao homem. Todavia sua recusa era modesta e com submissão às penalidades, a menos que ele pudesse obter indulgência da autoridade.
Ele tinha cuidado em todos os relacionamentos no saber, e no dever, e isso com singeleza de coração como a Cristo. Ele considerava a religião como um compromisso com o dever; que os melhores cristãos deveriam ser os melhores maridos, melhores esposas, melhores pais, melhores filhos, melhores senhores, melhores servos, melhores magistrados, melhores súditos para que a doutrina de Deus pudesse ser adornada e não blasfemada.
"Sua família ele se esforçava por tornar uma igreja, tanto em relação a pessoas como a práticas."
Sua família ele se esforçava por tornar uma igreja, tanto em relação a pessoas como a práticas, e não admitia ninguém nela a não ser que fosse temente a Deus. Também se esforçava para que aqueles que fossem nascidos nela pudessem nascer de novo para Deus. Ele abençoava sua família de manhã e à noite por meio da palavra e oração e se preocupava em executar essas ordenanças no melhor período possível. Ele criava os filhos na disciplina e admoestação do Senhor e ordenava aos seus criados que se mantivessem nos caminhos do Senhor. Ele estabelecia a disciplina na sua família, como ele a desejava na igreja, não apenas reprovando, mas restringindo a maldade.
Ele era consciencioso quanto à equidade tanto quanto à piedade, sabendo que a injustiça é tão abominável quanto a impiedade. Ele era cauteloso em prometer, mas cuidadoso em executar, considerando sua palavra não menos compromisso do que um contrato. Ele era um homem de coração misericordioso, não somente em consideração ao seu próprio pecado, mas com a miséria alheia, não considerando a misericórdia como algo arbitrário, mas um dever necessário em que da mesma forma que ele orava por sabedoria e direção, ele também buscava alegria e generosidade para agir.
Ele era sóbrio no uso das coisas desta vida, preferindo esmurrar o próprio corpo a mimá-lo, contudo ele não se negava o uso das bênçãos de Deus, para que não fosse ingrato, mas evitava os excessos para que não se esquecesse do Doador. Nas suas vestimentas ele evitava opulência e vaidade, nunca excedendo seu grau de civilidade, nem recusando o que era apropriado ao Cristianismo, desejando em todas as coisas expressar seriedade. Toda sua vida ele a tinha como uma guerra em que Cristo era seu capitão; suas armas, oração e lágrimas. A cruz, seu estandarte; e seu lema: Vincit qui patitur (o que sofre conquista).
Ele era imutável em todo tempo, de forma que aqueles que no meio de muitas opiniões perderam a visão da verdadeira religião, podiam retornar a ele e encontrá-la novamente.
FONTE:  http://www.bomcaminho.com/jg001.htm

BIOGRAFIA: História da Vida e Perseguições de Martinho Lutero

Imagem cedida por: http://pt.wikipedia.org/wiki/Martinho_Lutero

por
John Fox
Este ilustre alemão, teólogo e reformador da Igreja, filho de Juan Lutero e Margarita Ziegler, nasceu em Eisleben, uma cidade da Saxônia, no condado de Mansfield, no dia 10 de novembro de 1483.
A posição e condição de seus pais eram originalmente humildes, e a profissão de seu genitor era trabalhar nas minas; porém, é provável que por seu esforço e trabalho ajuntara uma fortuna para a sua família, porquanto, posteriormente, chegou a ser um magistrado de classe e dignidade. Lutero foi prontamente iniciado nos estudos, e aos treze anos de idade foi enviado a uma escola de Magdeburgo, e dali a Eisenach, na Turíngia, onde permaneceu por quatro anos, onde demonstrou as primeiras indicações de sua futura eminência.
Em 1501, foi enviado à Universidade de Erfurt, onde passou pelos costumeiros cursos de lógica e filosofia. Aos vinte anos de idade, recebeu o título de licenciado, e passou logo a ensinar a física de Aristóteles, ética e outros assuntos ligados à filosofia. Posteriormente, por indicação de seus pais, dedicou-se à lei civil, a fim de trabalhar como advogado; porém, foi separado desta atividade devido ao incidente relatado a seguir.
Ao andar certo dia pelos campos, foi lançado ao solo por um raio, enquanto um amigo morreu ao seu lado. Este fato afetou-o de tal modo que, sem comunicar o seu propósito a algum de seus amigos, retirou-se do mundo e enclausurou-se junto à ordem dos eremitas de Santo Agostinho.
Dedicou-se ali à leitura das obras de Santo Agostinho e dos escolásticos; porém, ao vasculhar a biblioteca, encontrou, acidentalmente, uma cópia da Bíblia latina que jamais havia visto antes. Esta atraiu poderosamente a sua curiosidade; leu-a ansiosamente e sentiu-se atônito ao perceber que apenas uma pequena porção das Escrituras era ensinada ao povo.
Fez a sua profissão de fé no mosteiro de Erfurt, após ter sido noviço durante um ano; e tomou ordens sacerdotais, ao celebrar a sua primeira missa em 1507. Um ano mais tarde foi transferido do mosteiro de Erfurt à Universidade de Wittenberg, pois, após a fundação da Universidade, pensava-se que nada seria melhor para dar-lhe reputação e fama imediata do que a autoridade e a presença de um homem tão célebre, por seu grande temperamento e erudição, como era Martinho Lutero.
Em Erfurt havia um certo ancião no convento dos agostinianos, com quem Lutero, que pertencia à mesma ordem, como frade agostiniano, conversou sobre vários assuntos, especialmente a remissão dos pecados. Sobre este tema, este sábio padre foi franco com Lutero, ao dizer-lhe que o expresso mandamento de Deus é que cada homem creia particularmente que os seus pecados foram perdoados em Cristo; disse-lhe ainda que esta interpretação particular fora confirmada por São Bernardo: “Este é o testemunho que o Espírito Santo te dá em teu coração, quando diz: Os teus pecados te são perdoados. Porque este é o ensino do apóstolo, que o homem é livremente justificado pela fé”.
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 Estas palavras não serviram somente para fortalecer Lutero, mas também para ensinar-lhe o pleno sentido do ensino do apóstolo Paulo, que insiste tantas vezes na seguinte frase: “Somos justificados pela fé”. E, após ler as exposições de muitos sobre esta passagem, logo percebeu, tanto pelo discurso do ancião como pelo conselho que recebeu em seu espírito, o quão vãs eram as interpretações que antes havia lido nos trabalhos dos escolásticos. E assim, pouco a pouco, ao ler e comparar os ditos e os exemplos dos profetas e dos apóstolos, com uma contínua invocação a Deus, e com a excitação da fé pelo poder da oração, deu-se conta desta doutrina com a maior evidência.
Assim prosseguiu os seus estudos em Erfurt pelo período de quatro anos no mosteiro dos agostinianos.
Lutero na dieta de Worms. Imagem cedida por: http://vozdareforma.blogspot.com/2009/05/catecismo-de-heidelberg-domingo-8.html
 Em 1512, sete mosteiros de sua ordem tiveram uma divergência com o seu vigário geral. Lutero foi escolhido para ir a Roma e defender a sua causa. Naquela cidade, observou o papa e a sua corte, e teve também a oportunidade de contemplar as maneiras do clero, cujos modos precipitados, superficiais e ímpios de celebrar a missa foram severamente por ele criticados. Assim que ajustou a disputa que havia motivado a sua viagem, voltou a Wittenberg e foi constituído doutor em teologia, às custas de Federico, da Saxônia, que freqüentemente lhe ouvia pregar, e que estava familiarizado com o seu mérito, e que lhe reverenciava muito.
Continuou na Universidade de Wittenberg de onde, como professor de teologia, dedicou-se à atividade de sua vocação. Neste ponto deu início à leitura extremamente intensa das conferências sobre os livros sagrados. Explicou a Epístola aos Romanos e os Salmos, que esclareceu e explicou de uma maneira tão completamente nova e diferente do que havia sido o estilo dos comentaristas anteriores, que “era como, após uma longa e escura noite, amanhecesse um novo dia, a juízo de todos os homens piedosos e prudentes”.
Lutero dirigia de modo cuidadoso a mente dos homens ao filho de Deus, do mesmo modo que João Batista anunciava o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo; do mesmo modo Lutero, ao resplandecer na igreja como uma luz brilhante após uma longa e tenebrosa noite, mostrou de maneira clara que os pecados são livremente remidos pelo amor do filho de Deus, e que cada pessoa deveria fielmente abraçar a este generoso dom.
A sua vida estava de acordo com o que ele professava; e evidenciou-se de modo claro que as suas palavras não eram meramente a atividade de seus lábios, mas que procediam de seu próprio coração. Esta admiração por sua vida de santificação atraiu muito os corações de seus ouvintes.
A fim de preparar-se melhor para a tarefa que havia empreendido, aplicou-se atentamente ao estudo dos idiomas grego e hebraico; e a isto estava dedicado quando se publicaram as indulgências gerais em 1517.
Leão X, que sucedeu a Júlio II em março de 1513, teve o desígnio de reconstruir a magnífica Catedral de São Pedro em Roma, cujas obras haviam sido iniciadas por Júlio, mas que ainda precisava de muito dinheiro para ser concluída. Por esta razão, Leão X, em 1517, aprovou a concessão de indulgências gerais a toda Europa, em favor de todos os que contribuíssem com qualquer soma de dinheiro para a reedificação da catedral; e designou pessoas em diferentes países para proclamarem estas indulgências e receberem o dinheiro das mesmas. Estes estranhos procedimentos provocaram muito escândalo em Wittenberg e, de modo particular, inflamaram o zelo de Lutero, o qual era por natureza ardente e ativo. Neste caso, por ser incapaz de conter-se, estava decidido a declarar-se contrário a tais indulgências em todas as circunstâncias.
Por esta razão, na véspera do dia de todos os santos, em 31 de outubro de 1517, fixou publicamente, na igreja adjacente ao castelo naquela cidade, as noventa e cinco teses contra as indulgências, onde desafiava a qualquer que se opusesse a elas, fosse por escrito ou por debate oral. As proposições de Lutero acerca das indulgências haviam sido publicadas há pouco, quando Tetzel, o frade dominicano comissionado para a sua venda, manteve e publicou suas teses em Frankfort, que continha um conjunto de proposições diretamente contrárias às de Lutero. Fez ainda mais: agitou o clero de sua ordem contra seu companheiro; considerou-o, do púlpito, um anátema e herege condenável, e queimou em público as suas teses em Frankfort. As teses de Tetzel também foram queimadas em Wittenberg, como reação, pelos luteranos. Porém o próprio Lutero negou ter parte nesta ação.
Em 1518, Lutero, ainda que dissuadido disto por seus amigos, porém, para mostrar obediência à autoridade, foi ao mosteiro de Santo Agostinho em Heidelberg, onde havia uma assembléia reunida; ali manteve, no dia 26 de abril, um debate sobre a “justificação pela fé”, que Bucero, o qual na ocasião estava presente, tomou por escrito, e comunicou-a posteriormente a Beatus Rhenanus, sem poupar as maiores críticas.
Enquanto isto, o zelo de seus adversários cresceu mais e mais contra ele; finalmente, foi considerado, diante de Leão X, um herege. Então, logo que regressou de Heidelberg, aquele papa lhe escreveu uma missiva nos termos mais submissos; Lutero enviou-lhe, ao mesmo tempo, uma explicação de suas proposições sobre as indulgências. Esta carta tinha a data do domingo da Trindade do ano de 1518, e foi acompanhada de um protesto no qual se declarava que ele não pretendia propor e nem defender algo em contrário às Sagradas Escrituras e nem à doutrina dos padres, recebida e observada pela Igreja de Roma, nem aos cânones nem aos decretos papais; contudo, pensava que possuía a liberdade suficiente para aprovar ou reprovar as opiniões de São Tomás, Boaventura e outros escolásticos e canonistas que não se baseavam em texto algum.
O imperador Maximiliano estava igualmente solícito de que o papa detivesse a propagação das opiniões de Lutero na Saxônia, que eram perturbadoras, tanto para a igreja como para o império. Por esta razão, Maximiliano escreveu a Leão X uma carta datada de 5 de agosto de 1518, a fim de pedir-lhe que proibisse, por sua autoridade, estas inúteis, desconsideradas e perigosas disputas; também lhe assegurava que cumpriria estritamente, em seu império, tudo o que sua santidade ordenasse.
Enquanto isto, Lutero, quando soube o que era levado a cabo em Roma, por sua causa, empregou todos os meios imagináveis para que não fosse levado para lá, e para fazer com que a sua causa fosse julgada na Alemanha. O governador também estava contrário a que Lutero fosse a Roma, e pediu ao cardeal Caetano que pudesse ser ouvido diante dele, como representante papal na Alemanha. Com isto, o papa consentiu que a sua causa fosse julgada diante do cardeal Caetano, a quem havia dado poderes para decidi-la.
Por esta razão, Lutero dirigiu-se imediatamente a Augsburgo, e levava consigo cartas do governador. Lá chegou em outubro de 1518 e, após haver-se-lhe dado segurança, foi admitido na presença do cardeal. Porém, Lutero logo percebeu que tinha mais a temer por parte do cardeal do que pelas discussões sobre quaisquer temas; por esta razão, ao temer ser preso caso não se submetesse, retirou-se de Augsburgo no dia 20 de outubro. Porém, antes de partir, publicou uma apelação formal ao papa e, ao ver-se protegido pelo governador, transmitiu suas pregações sobre as mesmas doutrinas em Wittenberg, e enviou um desafio a todos os inquisidores que comparecessem e discutissem com ele.
Quanto a Lutero, Miltitius, o camarista do papa, tinha ordem de exigir do governador que o obrigasse a se retratar, ou que lhe negasse a sua proteção; porém, as coisas não poderiam ser feitas com tanto orgulho, pois o crédito de Lutero estava demasiadamente bem estabelecido. Além disto, aconteceu que o imperador Maximiliano morreu no dia 12 daquele mês, o que alterou muito o aspecto das coisas, e fez com que o governador estivesse mais livre e capaz para decidir a sorte de Lutero. Por esta razão, Miltitius pensou que o melhor seria ver o que se poderia fazer por meios limpos e gentis, e com esta finalidade começou a conversar com Lutero.
Durante todos estes acontecimentos a doutrina de Lutero era cada vez mais divulgada e prevalecia sobremaneira; e ele mesmo recebeu ânimo dos alemães e dos outros povos.
            Naquela ocasião os boêmios lhe enviaram um livro do célebre Juan Huss, que havia sido martirizado durante a obra da reforma, e também cartas nas quais o exortavam à constância e à perseverança e reconheciam que a teologia que ele ensinava era pura, sã e ortodoxa. Muitos homens eruditos e eminentes colocaram-se ao seu lado.
Em 1519, Lutero manteve um célebre debate em Leipzig com Juan Eccius. Porém, esta discussão terminou finalmente como todas as outras, e não teve o privilégio de ver as partes aproximar-se, de modo algum; mas que se sentiam ainda mais como inimigos pessoais, do que antes do debate.
Por volta do final do ano, Lutero publicou um livro no qual defendia que a comunhão fosse celebrada de ambos os modos; isto foi condenado pelo bispo de Misnia em 24 de janeiro de 1520.
Enquanto Lutero trabalhava para defender-se perante o novo imperador, e diante dos bispos da Alemanha, Eccius foi a Roma para pedir a sua condenação, o que, como se pode perceber, não seria agora tão difícil de conseguir. Certo é que as contínuas importunações dos adversários de Lutero perante Leão X levaram-no finalmente a publicar uma condenação contra ele, e o fez em uma bula datada de 15 de junho de 1520. Isto teve lugar na Alemanha, e foi ali publicada por Eccius, que a havia solicitado em Roma, e que estava encarregado da execução da mesma, juntamente com Jerónimo Alejandro, pessoa eminente por sua erudição e eloqüência. Enquanto isto, Carlos I da Espanha e Carlos V da Alemanha resolviam as suas dificuldades nos Países Baixos. Em seguida, Carlos V dirigiu-se à Alemanha, e foi coroado imperador no dia 21 de outubro de 1520, em Aquisgrán.
Martinho Lutero, após ter sido acusado pela primeira vez em Roma, através da censura papal, em uma quinta-feira santa, dirigiu-se pouco depois da páscoa a Worms, onde compareceu diante do imperador e dos governantes de todos os estados da Alemanha. Manteve-se constante na verdade, defendeu-se e respondeu a todas as perguntas de seus adversários.
Lutero permaneceu alojado, bem agasalhado, e visitado por muitos condes, barões, cavaleiros de ordem, homens gentis, sacerdotes e pelos membros do parlamento comum, que freqüentavam o seu alojamento durante a noite.
Veio de modo contrário às expectativas de muitos, tanto dos adversários como dos amigos. Os seus admiradores deliberaram juntos, e muitos trataram de persuadi-lo para que não se aventurasse ao perigo de ir a Roma, pois consideraram que tantas vezes não se havia respeitado a promessa de segurança para as pessoas nesta condição. Ele, após ter ouvido todas as suas persuasões e conselhos, respondeu-lhes do seguinte modo: “No que a mim me diz respeito, uma vez que me chamaram, resolvi e estou certamente decidido a ir a Worms, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo; sim, mesmo sabedor de que há ali tantos demônios para resistir-me, em número tão grande como o das telhas que cobrem as casas da cidade de Worms”.
 No dia seguinte, ele foi conduzido de seu alojamento à corte do imperador, onde permaneceu até as seis horas da tarde, porque os príncipes estavam ocupados na solução de diversos problemas do reino; ao permanecer ali, encontrava-se rodeado de um grande número de pessoas, quase prensado por tamanha multidão... Logo, quando os príncipes terminaram a primeira reunião e o chamaram, entrou Lutero, e Eccius, o oficial, falou do seguinte modo: “Responda agora à demanda do imperador. Manterás todos os livros que reconheceste serem de tua autoria, ou revogarás parte dos mesmos e te humilharás?”.
Martinho Lutero respondeu modesta e humildemente; porém, não desprovido de uma determinada firmeza e constância cristãs:
 “Considerando que vossa soberana majestade e vossos honoráveis demandais desejam uma resposta plena, isto digo e professo tão resolutamente quanto posso, sem dúvidas e nem sofisticações, que se não me convencerdes através do testemunho das Escrituras (pois não dou crédito nem ao papa e nem aos seus concílios gerais, que têm errado muitas vezes, e que têm sido contraditórios contra si mesmos), a minha consciência está tão ligada e cativa destas Escrituras que são a Palavra de Deus, que não me retrato nem posso me retratar de absolutamente nada, considerando que não é piedoso nem legítimo fazer qualquer coisa que seja contrária à minha consciência. Aqui estou e nisto descanso: nada mais tenho a dizer. Que Deus tenha misericórdia de mim!”.
Os príncipes consultaram-se entre si sobre a resposta dada por Lutero e, após terem-no interrogado diligentemente, o porta-voz respondeu-lhe assim:
“A majestade imperial demanda de ti uma simples resposta, seja negativa, seja afirmativa, se pretendes defender todos os teus livros como cristãos, ou não”.
Então Lutero, dirigindo-se ao imperador e aos nobres, rogou-lhes que não o forçassem a ceder contra a sua consciência, confirmada pelas Sagradas Escrituras, sem os argumentos manifestos que os seus adversários alegaram, e declarou:
“Estou atado pelas Escrituras”.
Antes que se concluísse aquela reunião, chamada de Dieta de Worms, Carlos V fez com que se redigisse um edito, datado de 8 de maio, decretando que Martinho Lutero fora, de conformidade com a sentença do papa, considerado desde então membro separado da Igreja, cismático e um herege obstinado e notório. Enquanto a bula de Leão X, aceita por Carlos V, era divulgada por todo o império, Lutero ficou detido no castelo de Wittenberg; porém, cansado de seu silêncio obsequioso, voltou a aparecer em público em Wittenberg no dia 6 de março de 1522, após uma ausência de cerca de dez meses.
Lutero promoveu então uma guerra aberta ao papa e aos bispos; e com a finalidade de conseguir que o povo menosprezasse a autoridade destes, tanto quanto fosse possível, escreveu um livro contrário à bula papal, e outro intitulado “A Ordem Episcopal”. Também publicou uma tradução no Novo Testamento no idioma alemão, que foi posteriormente revisado por ele e Melanton.
Reinava a confusão na Alemanha, e não menos na Itália, porque surgiu uma contenda entre o papa e o imperador, durante a qual Roma foi tomada por duas vezes, e o pontífice, preso. Enquanto os príncipes estavam assim ocupados em suas pendências mútuas, Lutero levou adiante a obra da Reforma, ao opor-se também aos papistas e combater aos anabatistas e outras seitas fanáticas que, ao aproveitar o seu gesto de enfrentar a Igreja Romana, haviam surgido e se estabelecido em diversos lugares.
Em 1527, Lutero sofreu um ataque de coagulação de sangue ao redor do coração, que quase pôs fim à sua vida. Ao perceber que as perturbações na Alemanha não pareciam ter fim, o imperador viu-se obrigado a convocar uma dieta na cidade de Spira, em 1529, para pedir a ajuda dos príncipes do império contra os turcos. Os reformadores de quatorze cidades alemãs, ou seja:
Estrasburgo, Nuremberg, Ulm, Constanza, Retlingen, Windsheim, Memmingen, Lindow, Kempten, Hailbron, Isny, Weissemburg, Nortlingen, e St. Gal uniram-se contra o decreto da dieta e emitiram um protesto contra as sanções que lhes foram impostas, o qual foi redigido e publicado em abril de 1529. Este foi o célebre documento que deu aos reformadores da Alemanha o nome de “Protestantes”.
Depois disto, os principais protestantes empreenderam a formação de uma aliança firme, e instruíram o governador da Saxônia e os seus aliados que haviam aprovado o que a dieta estabelecera; porém, os disputados redigiram uma apelação, e os protestantes apresentaram rapidamente uma apologia por causa de sua “Confissão”, a famosa declaração redigida por Melanton. Tudo isto foi firmado por vários príncipes, e Lutero já não tinha muito mais a fazer além de sentar-se e contemplar a magnânima obra que tinha levado a cabo.
Por ser somente um monge, foi capaz de dar à Igreja de Roma um golpe tão rude, que apenas mais um da mesma intensidade seria o suficiente para derrubá-la completamente; por esta razão, esta pode ser considerada uma obra magnânima.
Em 1533 Lutero escreveu uma epístola consoladora aos cidadãos de Oschatz, que haviam sofrido algumas penalidades por terem aderido à confissão de fé de Augsburgo; e, em 1534, foi impressa a Bíblia que Lutero havia traduzido para o alemão, como protótipo do antigo acordo fechado em Bibliópolis, por mãos do mesmo editor, e que foi publicada no ano seguinte.
Naquele ano Lutero também publicou um livro, intitulado “Contra as Missas e a Consagração dos Sacerdotes”.
Em fevereiro de 1537 foi celebrada uma assembléia em Smalkalda sobre questões religiosas, para a qual Lutero e Melanton foram convidados. Durante esta reunião, ele ficou tão enfermo, que não havia esperança de que se recuperasse. Enquanto o levavam de volta, escreveu o seu testamento, no qual legava a seus amigos e irmãos o seu desdém pelo papado. E assim esteve ativo até a sua morte, que aconteceu em 1546.
Naquele ano, na companhia de Melanton, foi à Saxônia, sua província natal, que há muito tempo não visitava, e ali chegou são e salvo. Porém, pouco depois, foi chamado pelos condes de Mansfelt, para que arbitrasse umas diferenças que haviam surgido acerca de seus limites e, ao chegar, foi recebido por mais de cem ginetes e conduzido de maneira muito honrosa. Porém, ficou tão enfermo naquela ocasião, que se temeu que pudesse morrer. Lutero disse, então, que estes ataques de enfermidade sempre lhe sobrevinham quando tinha qualquer grande obra a empreender. Porém, nesta ocasião, não se recuperou, mas morreu no dia 18 de fevereiro, com sessenta e três anos de idade. Pouco antes de expirar, admoestou àqueles que estavam em volta de si a que orassem a favor da propagação do Evangelho, e disse-lhes:
“Porque o Concílio de Trento, que teve uma ou duas reuniões, e o papa, inventarão coisas estranhas contra o Evangelho”.
Ao sentir que se aproximava o desenlace fatal, antes das nove horas da manhã, encomendou-se a Deus com esta devota oração: “Meu Pai celestial, Deus eterno e misericordioso! Tu manifestaste a mim o teu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. Ensinei a respeito dEle, e tenho-o conhecido; amo-o da mesma forma que preservo a minha própria vida, minha saúde e minha redenção; a Quem os malvados têm perseguido, caluniado e afligido com vitupérios. Leve a minha alma a Ti”.
Depois disto, citou a frase a seguir, e repetiu-a por três vezes: “Em tuas mãos entrego o meu espírito. Tu me remiste, ó Deus, de verdade!”.
Em seguida, citou João 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
Após repetir as suas orações várias vezes, foi chamado à presença de Deus.
Desta forma, a sua alma limpa foi pacificamente separada de seu corpo terrestre. 

FONTE: http://www.monergismo.com/textos/historia/historia_vida_lutero_fox.htm

A Falta de Avivamento Pessoal - Richard Baxter

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Eu não sei o que os outros pensam, mas da minha parte, me envergonho de minha ignorância, e me admiro de mim mesmo, porque não tenho tratado as almas dos outros e da minha como almas que esperam o grande dia do Senhor; e porque tenho espaço para quase qualquer outros pensamentos e palavras; e porque tais assuntos assombrosos não tomam completamente minha mente. Admiro-me de como posso pregar sobre isto desapaixonadamente e descuidadamente; e como posso deixar os homens sozinhos em seus pecados; e como não vou atrás deles, rogando-lhes, pelo amor do Senhor, que se arrependam, não importa a forma que recebam a mensagem, e qual seja a pena e dor que custem a mim.

Muito poucas vezes saio do púlpito sem que minha consciência me golpeie por não ter sido mais fervoroso e sério. Ela não me acusa tanto pela falta de ornamentos e elegância, nem por deixar passar uma palavra errada; mas me pergunta “Como você pode falar de vida e da morte com um coração assim? Como pode pregar sobre o céu e o inferno de uma forma tão relaxada e descuidada? Crê no que disse? Leva a sério ou embroma? Como pode dizer às pessoas que o pecado é algo assim, e que tanta miséria está sobre elas e diante delas, e não ser mais afetado com isto? Você não deveria chorar sobre pessoas assim, e não deveriam tuas lágrimas interromper suas palavras? Você não deveria clamar em alta voz, e mostrar a eles suas transgressões, e implorar a eles e rogá-los como uma questão de vida e morte?

E, por mim mesmo, como estou envergonhado do meu coração descuidado e torpe, e do meu modo de vida inútil e lento, assim como, o Senhor sabe, estou envergonhado de cada sermão que tenho pregado; quando penso sobre o que estou falando, e quem me enviou, e que a condenação e salvação dos homens é completamente relacionada nEle, estou preste a tremer por temor de que Deus me julgará como um mau administrador de Suas verdades e das almas dos homens, e imagino que no meu melhor sermão eu seja culpado pelo sangue deles. Penso que não devemos falar qualquer palavra aos homens, em assuntos de tamanhas conseqüências, sem lágrimas ou com a maior seriedade que possamos alcançar; já que somos tão culpados do pecado que reprovamos, deveria ser dessa forma.

Verdadeiramente, este é o tinir da consciência que soa em meus ouvidos, e apesar disso, minha alma sonolenta não quer ser despertada. Oh! Que coisa é um coração endurecido e insensível. Oh, Senhor, salva-nos da praga da infidelidade e da dureza de coração de nós mesmos! Como poderíamos ser instrumentos aptos para salvar os outros do erro? Oh, faz em nossas almas aquilo que Tu nos usaria para fazer nas almas dos outros.
FONTE: http://www.ortopraxia.com/2010/12/falta-de-avivamento-pessoal-richard.html

Seja Feita a Tua Vontade – João Calvino

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Pedimos aqui que Deus governe e dirija tudo sobre a terra segundo a sua vontade, como faz no céu; que dirija todas as coisas para o fim que lhe parecer bom, servindo-se de todas suas criaturas segundo lhe apraz, e dominando todas as vontades.


Ao pedirmos isto, renunciamos a todos nossos desejos próprios, submetendo e consagrando ao Senhor tudo o que há disponível em nós, e pedindo-lhe que conduza as coisas não segundo nossos desejos, senão como quiser e decidir Ele.

Deste modo lhe pedimos não só que nossos desejos sejam feitos vãos e sem nenhum efeito quando se opõem a sua vontade, senão que crie em nós um espírito e um coração novos, mortificando os nossos de modo tal que não surja neles nenhum desejo sem o completo consentimento de sua vontade.

Em resumo: pedimos não desejarmos nada a não ser o que o Espírito deseje em nós, e que por meio de sua inspiração aprendamos a amar tudo quanto lhe é grato, e a odiar e detestar tudo o que lhe desagrada.

O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DÁ HOJE

Pedimos aqui, de um modo geral, tudo o que dentre as coisas deste mundo é útil para o cuidado de nossa existência; não só o alimento e o vestido, senão tudo o que Deus sabe que necessitamos para que possamos comer nosso pão em paz. Para dizê-lo brevemente: nos acolhemos com esta petição à providência do Senhor, e nos confiamos a sua solicitude para que nos alimente, cuide e conserve. Pois este bom Pai não tem em menos guardar com solicitude inclusive o nosso corpo. Deste modo, exercita nossa confiança nEle até nos menores pormenores, fazendo que esperemos dEle tudo o que nos é necessário: até a última migalha de pão ou gota d'água. Ao dizer: Dá-nos hoje nosso pão cotidiano, provamos que não devemos desejar mais que o que necessitamos para o dia, com a confiança que, depois de alimentar-nos hoje, nosso Pai também o fará amanhã.

Ainda no caso de viver atualmente em abundância, sempre devemos pedir nosso pão cotidiano, reconhecendo que nenhum meio de existência tem sentido senão em quanto que o Senhor o faz prosperar e aproveitar com sua bênção. Pois o que possuímos não é nosso senão na medida em que Deus nos concede seu uso hora após hora e nos faz participar de seus bens. Ao dizer "pão nosso", a bondade de Deus se manifesta ainda mais, fazendo nosso o que por nenhum título nos era devido. Finalmente, ao pedir que nos seja dado este pão, significamos que tudo o que adquirimos —ainda o que achamos que ganhamos com nosso trabalho—, é puro e gratuito dom de Deus.

PERDOA NOSSAS DÍVIDAS, ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS OS NOSSOS DEVEDORES

Pedimos agora que se nos conceda graça e remissão de nossos pecados, pois são necessárias a todos os homens sem exceção alguma.

Chamamos de dívidas as nossas ofensas, pois devemos a Deus a pena como pagamento das mesmas, e não poderíamos de modo algum satisfazer por elas se não estivéssemos absolvidos por essa remissão que é um perdão gratuito de sua misericórdia.

E pedimos que nos seja dado o perdão como nós o damos aos nossos devedores, quer dizer: como nós perdoamos àqueles que nos magoaram de algum modo, que nos ofenderam com atos, ou que nos injuriaram com palavras. Não se trata aqui de uma condição que se agrega, como se merecêssemos, pelo perdão que concedemos a outrem, que Deus no-lo dê a nós. Senão que é uma prova que Deus nos propõe para testemunhar que o Senhor nos recebe em sua misericórdia com a mesma certeza que nós temos em nossas consciências de sermos misericordiosos com os outros, se é que nosso coração está também purificado de todo tipo de ódio, inveja e vingança.

Ao contrário, por esta prova ou sinal, Deus apaga do número de seus filhos àqueles que, deixando-se levar pela vingança e recusando-se a perdoar, mantêm suas inimizades arraigadas em seus corações. Que não pretendam os tais invocar a Deus como Pai deles, pois a indignação que abrigam a respeito dos homens cairá então sobre eles.

E NÃO NOS DEIXES CAIR NA TENTAÇÃO, MAS LIVRA-NOS DO MAL, AMÉM.

Não pedimos aqui não ter que sofrer nenhuma tentação. Temos grandíssima necessidade de que as tentações nos despertem, estimulem e sacudam, pois corremos o perigo de converter-nos em seres amorfos e preguiçosos se permanecermos numa calma excessiva. Cada dia o Senhor prova seus escolhidos, adestrando-os por meio da ignomínia, a pobreza, a tribulação e outras classes de cruzes.

Porém nossa demanda consiste em pedir que o Senhor nos dê também, ao mesmo tempo que as tentações, o meio de sair delas, para não sermos vencidos e esmagados; antes, fortalecidos com a força de Deus, poder manter-nos constantemente contra todos os poderes que nos assaltam.

Mais ainda: uma vez salvaguardados e protegidos por Ele, santificados com as graças de seu Espírito, governados pela sua direção, seremos invencíveis contra o Diabo, a morte e toda classe de artifício do inferno —que é o que significa estarmos livres do mal u do Maligno.

Devemos perceber como quer o Senhor que nossas orações estejam conformes à regra do amor, pois não nos ensina a pedir cada um para si o que é bom, sem olharmos para o nosso próximo, senão que nos ensina a preocupar-nos pelo bem de nosso irmão como do nosso próprio.

PERSEVERAR NA ORAÇÃO

Para terminar, devemos observar que não podemos pretender ligar a Deus a alguma circunstância, da mesma forma que nesta oração dominical nos ensina a não submetê-lo a nenhuma lei nem impor-lhe nenhuma condição.

Antes de dirigi-lhe em nosso favor alguma oração, dizemos primeiramente: "Seja feita a tua vontade". Deste modo submetemos de antemão nossa vontade à dEle para que, detida e retida como por uma brida, não tenha a presunção de querer submetê-lo ou dominá-lo.

Se, uma vez educador nossos corações nesta obediência, nos deixarmos governar pelo bom querer da divina providência, aprenderemos com facilidade a perseverar na oração e a esperar no Senhor com paciência, rejeitando a realização de nossos desejos até que soe a hora de sua vontade. Estaremos também seguros de que, ainda que às vezes possa parecer-nos outra coisa, Ele está sempre presente junto de nós, e que a seu devido tempo manifestará que jamais fez ouvidos surdos a nossas orações, embora segundo o juízo dos homens tenha podido parecer que as menosprezava.

Finalmente, se depois de uma longa espera, inclusive nossos sentidos não chegam a captar de que nos tem servido orar, nem percebem fruto algum de nossa oração, nossa fé contudo nos garantirá o que nossos sentidos não podem perceber: que conseguimos tudo o que era necessário. Pela fé possuiremos então abundância na necessidade e consolo na dor. De fato, embora tudo nos falte, Deus jamais nos abandonará, pois não pode frustrar a espera e a paciência dos seus; e Ele sozinho substituirá todas as coisas, já que contém em si mesmo todos os bens, o qual nos revelará totalmente no futuro.

A Mente Carnal conduz a Morte - João Calvino


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Porque os que se inclinam para a carne...(Rm 8.5,6). O apóstolo introduz esta distinção entre a carne e o espírito, não só para confirmar sua afirmação anterior de que a graça de Cristo pertence tão-somente aos que, uma vez regenerados pelo Espírito, se esforçam por uma vida de inocência, mas também viver para ajudar os crentes com uma consolação oportuna, para que não se desesperem ante a consciência de suas muitas enfermidades. Visto que excetuara da maldição somente os que vivem uma vida espiritual, poderia parecer estar eliminando toda a humanidade da esperança da salvação. Quem se encontrará neste mundo adornado com pureza angelical, de modo a não mais ter nada a ver com a carne? Era, pois, indispensável que Paulo adicionasse esta definição do que se acha subentendido nas expressões: estar na carne e andar segundo a carne. A princípio, ele não faz esta distinção em termos tão precisos. Entretanto, como veremos mais adiante, seu propósito é inspirar os crentes com esperança inabalável, não obstante estejam ainda atados à sua carne. Contudo não se entregam ao domínio da concupiscência, mas se confiam à diretriz do Espírito Santo.

Quando diz que os homens carnais cuidam ou vivem a cogitar das coisas da carne, ele declara que não considera carnais àqueles que aspiram a justiça celestial, e, sim, àqueles que são completamente devotados ao mundo. Portanto, traduzi (povouaiv) por uma palavra de sentido mais amplo - 'mente' [=cogitant] -, visando a que os leitores viessem compreender a que ele se refere somente aos que são excluídos do número dos filhos de Deus, aqueles que se entregam às fascinações da carne e aplicam suas mentes e zelos aos desejos depravados. Ora, na segunda cláusula, ele reanima os crentes para que alimentem firme esperança, para que se sintam estimulados a meditar sobre a justiça [procedente[ do Espírito. Sempre que o Espírito reina, é um sinal da graça salvífica de Deus, assim como a graça de Deus não existe onde o Espírito é extinto e o reino da carne prevalece. Reiterarei sucintamente, aqui, a admoestação a que me referi antes, a saber: estar na carne, ou viver segundo a carne, significa o mesmo que privar-se do dom da regeneração. Todos aqueles que continuam a viver como 'homens carnais', para usar uma expressão popular, na verdade tal é o seu estado.

Porque a mente da carne conduz à morte. Erasmo traduz 'afetos'[=affectum] para cogitatio; a Vulgata, 'prudência' [ =prudentiam]. Contudo, visto ser indiscutível que a expressão de Paulo é a mesma usada por Moisés quando fala da imaginação [=figmentum] do coração [Gn 6.5; 8.21], e que esta palavra inclui todos os sentidos da alma, desde a razão e o entendimento até aos afetos, parece-me que 'mente' \—cogitatió\ é mais adequada à passagem. Embora Paulo tenha usado a partícula yáp, estou certo de que esta é confirmativa, pois existe um gênero de concessão aqui. Tendo apresentado uma breve definição do que estar na carne significa, ele agora adiciona o fim que aguarda a todos quantos se entregam à carne. Ele assim prova por meio de contraste que aqueles que permanecem na carne não podem ser participantes da graça de Cristo, pois ao longo de todo o curso de sua vida não fazem outra coisa senão precipitar-se para a morte.

Esta é uma passagem mui notável. Aprendemos dela que, ao seguirmos o curso da natureza, damos um mergulho no abismo da morte, porquanto não produzimos outra coisa para nós mesmos senão a destruição. Paulo logo adiciona uma cláusula contrastante com o fim de ensinar-nos que, se alguma parte de nós tende para a vida, é o Espírito que manifesta seu poder, já que nem mesmo uma única fagulha de vida procede de nossa carne. Paulo a chama de vida devotada às coisas espirituais, visto que ela é vida vivificante, ou que conduz à vida. Pelo termo paz ele quer dizer, segundo o costume hebraico, tudo quanto faz parte do bem-estar. Cada ação do Espírito de Deus, em nosso íntimo, visa à nossa bem-aventurança. Entrentanto, não há razão para atribuir a salvação às obras, por este motivo, porque, embora Deus inicie nossa salvação e finalmente a completa ao renovar-nos segundo a sua imagem, todavia a única causa de nossa salvação está em seu beneplácito, pelo qual ele nos faz participantes de Cristo.

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