segunda-feira, 9 de abril de 2012

A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO DECLARADA E ESTABELECIDA À LUZ DAS ESCRITURAS POR JOHN GILL EM 1752

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EM OPOSIÇÃO A OBRA DE JOHN WESLEY “PREDESTINAÇÃO CALMAMENTE CONSIDERADA”, COM UMA RÉPLICA PARA AS OBJEÇÕES DO DITO ESCRITOR EM “A DOUTRINA DA PRESERVAÇÃO DOS SANTOS”
"O senhor Wesley declarou-se o autor de “Sérios Pensamentos sobre a Perseverança dos Santos”, o qual eu mais tarde retornei uma resposta; foi agradável vê-lo trocar a controvérsia da perseverança pela predestinação, vendo-o debater-se com alguns poucos, simples e impertinentes objeções de algumas coisas que escrevi sobre o assunto da perseverança e não tentando responder a qualquer argumento mais elaborado de minha parte na defesa deles; e, no entanto, ele tem a certeza em folhetos públicos, de chamar esta miserável obra de sua, principalmente o que foi escrito em outro assunto, “Uma Resposta Plena ao panfleto do Dr. Gill sobre a perseverança”; qualquer outro homem não, mas o senhor Wesley estaria, sob reflexão, coberto de vergonha e confusão; porém, no que compete a ele, em sua grande modéstia, acabou deixando de fora todo o conteúdo em alguns de seus escritos posteriores, como sendo consciente para consigo mesmo; que era uma imposição ao público e intencionava na verdade grandemente expor a si mesmo e sua causa; desde que ele me deixou em total possessão de todos os meus argumentos os quais eu não digo que são “irrespondíveis”, porém diante do acontecido eu penso que eles sejam, e vejo como se o senhor Wesley pense assim também, pois ele não tentou responder a qualquer uma delas; e até agora eu posso dizer, que ele não tentou responder a tudo e muito menos uma resposta plena deu a elas".
 
[A citação acima foi feita por John Gill no folheto “Final Perseverance” que foi escrito para refutar o primeiro esforço de John Wesley em “Serious Thoughts on Perseverance of the Saints”, que negava a eterna segurança do eleito].
 
E agora, eu posso estar muito bem justificado lidando com ele nesta desvairada perseguição contra a predestinação, uma vez que ele não interferiu em meu argumento sobre a perseverança dos santos; antes ele não abordou este assunto, como seu título promete; e desde que por tudo o que ele não argumentou, somente arengou sobre isto, e que somente uma parte, a reprovação, o qual pensou ele, serviria melhor ao seu propósito, porém, com o motivo de atingir frágeis e honestas mentes, a fim de que através de sua sutileza, fossem elas corrompidas da simplicidade que está em Cristo, é que eu me empenharei em declarar a doutrina da predestinação e estabelecê-la à luz verdadeira de acordo com as Escrituras, com as provas que estão nelas; e mencionar as principais objeções levantadas pelo senhor Wesley em sua arenga na parte em que diz respeito a reprovação; e então concluirei este tratado com uma réplica para as suas levianas objeções do que tenho escrito sobre o assunto da perseverança dos santos.
 
Sobre a doutrina da predestinação, pode ser considerada igualmente, em geral, relativa a TODAS AS COISAS que foram, são e que haverão de ser, ou feitas no mundo; todas as coisas acontecem sob a determinação e desígnio de Deus; “Ele fez”, como a assembleia de ministros diz em sua confissão, “de toda a eternidade, imutavelmente ordenou tudo quanto vem a suceder”; ou, como eles expressam em seu catecismo, “os decretos de Deus são sábios, livres e santos atos do conselho de Sua vontade”; como, de toda a eternidade, Ele tem, pela Sua própria glória, imutavelmente pré-ordenado tudo o que vem a acontecer ao longo dos tempos: e esta predestinação e pré-desígnio de todas as coisas, podem ser deduzidos do pré-conhecimento de Deus. “Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras.” (do grego aion, “desde a eternidade”) Atos 15:18. Elas são conhecidas por Ele como futuras, como haverão de ser, os quais vieram a ser assim pela Sua determinação em relação a elas. A razão porque Ele sabe como elas haverão de ser, é por causa que Ele determinou como elas deveriam de ser: da providência divina e Seu domínio sobre o mundo, que é “segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1:11).  Ele fez todas as coisas de acordo com o que ou como determinou em Sua mente. A predestinação neste sentido não é outra coisa senão a eterna providência, no qual a atual é a sua execução.
 
Negar isto é negar a providência de Deus e Seu domínio sobre o mundo, o que deístas e ateístas fazem; pensar e falar menos que isto é desprezar a Deus, como Ele não tendo toda a sabedoria e conhecimento e soberania sobre o mundo. Uma vez mais, a verdadeira maravilha, profecia ou predição das coisas que estão por vir, não poderia ser sem uma predestinação delas; dos quais há muitos exemplos nas Escrituras; como o tempo de permanência dos israelitas no Egito exatamente 430 anos como fora profetizado, e sua saída daquele lugar; os setenta anos de cativeiro deles em Babilônia como foi predito e seu retorno ao fim deste tempo; o exato tempo da vinda do Messias como foi profetizado; e muitos outros mais, e alguns em sua maior parte aparentemente casuais e inesperados; como o nascimento de pessoas pelo nome uma centena ou várias centenas de anos antes deles nascerem, como Josias e Ciro; e de um homem carregando um cântaro de água em tal tempo para tal lugar (1 Reis 13:2) como poderiam esssas coisas serem anunciadas com exatidão, senão por determinação e desígnio?
Nada vem a suceder da parte de Deus por casualidade, nada é feito sem Seu conhecimento, nem sem a Sua vontade e nada sem a Sua determinação. Todas as coisas, mesmo as mais diminutas em relação as Suas criaturas e o que é feito neste mundo em todos os períodos e eras é pelo Seu desígnio. Como prova vejamos as seguintes Escrituras:
Eclesiastes 3:1-2: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;”
Jó 14:5: “Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses; e tu lhe puseste limites, e não passará além deles”.
Daniel 4:35: “E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?”
Efésios 1:11: “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade;”
Atos 17:26: “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;”
Mateus 10:29-30: “Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.”
 
Predestinação pode ser considerada como especial em relação a pessoas em particular e para coisas espirituais e eternas; ao passo que predestinação em geral diz respeito a todas as criaturas e coisas, mesmo sendo temporais e públicas.
Primeiro, o próprio Senhor Jesus Cristo é o objeto da predestinação; Ele foi preordenado para ser o mediador entre Deus e o homem; para ser propiciação pelo pecado; para ser o Redentor e Salvador de Seu povo; para ser o cabeça da Igreja, Rei dos santos e Juiz da Terra: por isso Ele foi chamado, eleito de Deus e Sua escolha foi única; e tudo o que aconteceu por Ele ou foi feito por Ele, foi pelo determinado conselho e preconhecimento de Deus; mesmo todas as coisas relativas aos Seus sofrimentos e morte: como prova disto, eis as seguintes Escrituras:
Romanos 3:25: “Ao qual Deus propôs (do grego preordenado) para propiciação;”
I Pe 1:20: “O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo,” que é o Cordeiro (veja também o capítulo 2:4).
Lucas 22:29 : “E eu vos destino o reino, como meu Pai mo destinou”
Atos 17:31: “Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos”. (Veja também capítulo 10:42).
Isaías 42:1: “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma”; (veja também Mt 12:18).
Lucas 22:22: “E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído!” (Veja também Salmos 109).
Atos 2:23: “A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos;”
Atos 4:28: “Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer.”
 
Segundo, anjos também são objetos da predestinação, tanto os bons quantos os maus; os santos anjos foram os escolhidos para a vida e para continuarem em seu estado de felicidade por toda a eternidade: e sua perseverança nisto e eterna felicidade são devido a eterna escolha deles em Cristo, seu cabeça; “Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas,” (I Tm 5:21).  Os anjos maus são os rejeitados de Deus e deixados neste estado miserável que sua apostasia os trouxe, sem qualquer provisão de graça e misericórdia para com eles: eles estão entregues “às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo;” (ou então, de acordo com o determinado conselho e vontade de Deus) (II Pe 2:4, Mt 25:41).
 
Terceiro, predestinação que as Escrituras especialmente tratam, é o que diz respeito ao homem e consiste de duas partes, eleição e reprovação; uma é a predestinação para a vida, a outra para a morte.
 
Primeiro. Eleição é uma predestinção para a vida, é um ato da livre graça de Deus, de Sua soberana e imutável vontade, pelo qual desde toda a eternidade Ele escolheu em Cristo da multidão de todo o gênero humano, alguns homens, ou um certo número deles, para serem participantes das bençãos espirituais aqui e felicidade futura, para a glória de Sua graça.
 
Segundo. Os objetos da eleição são alguns homens, não todos que uma escolha supõe; tomar todos não seria uma escolha; chamou, portanto, um “remanescente, segundo a eleição da graça” (Rm 11:5). Estes são um certo número, que embora desconhecido para nós, em relação a quantidade e quem eles sejam, são conhecidos por Deus: “O Senhor conhece os que são seus” (II Tm 2:19). E ainda que eles sejam “uma multidão, a qual ninguém podia contar” (Ap 7:9), no entanto, quando comparados com os que não foram escolhidos, eles são poucos; “muitos são chamados, mas poucos escolhidos”. (Mt 20:16). Estes são os tirados fora da mesma multidão do gênero humano, não importanto o estado desta multidão, se considerada pura ou corrupta, todos estavam em um mesmo nível quando a escolha foi feita: “Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” (Rm 9:21). Estes não são todas as nações, igrejas e comunidades, mas indivíduos em particular, cujos nomes estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro; “Amei a Jacó” & etc, “Saudai a Rufo, eleito no Senhor” (Rm 9:13 e Rm 16:13). Eleição não é um conjunto de proposições ou de características, mas de pessoas; ou um homem sob tais e tais características, como crença, santidade, etc, mas pessoas, como “nem tendo feito bem ou mal” (Romanos 9:11); antes eles não tinham feito nenhum nem outro.
 
1. Este ato de eleição é um ato da graça livre de Deus, pelo qual Ele não é movido por qualquer motivo ou condição no objeto escolhido, nem pela Sua presciência sobre eles: razão porque é chamada de “eleição da graça”; concernente com o que o Apóstolo raciocina de forma forte e invencível; “...se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra.” (Rm 11:6). Está de acordo com a soberana e imutável vontade de Deus e não de acordo com a vontade ou obras do homem; “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,” (Ef 1:5 e verso 11), “havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade”; consequentemente permanece imutavelmente firme e indubitável, mesmo “o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama”, (Rm 9:11).
 
2. Este ato de eleição independe de fé, santidade e boas obras, como as causas ou condições; a fé provém dela; é um fruto e efeito dela, é garantido por ela, e teve consequência dela: “e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna” (At 13:48), por esta razão é chamada de “a fé dos eleitos de Deus” (Tt 1:1) e embora santidade seja um meio provado no ato da eleição, não é causa dela; nós não somos escolhidos porque somos santos, mas “para que fôssemos santos” (Ef 1:4); boas obras não aparecem primeiro, mas vem após a eleição; isto é negado a eles, como antes observado, e isto foi aprovado antes de tudo ser feito (Rm 9:11 e 11:5,6) eles são os efeitos dos decretos de Deus e não a causa deles; “as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. (Ef 2:10).
 
3. O ato da eleição foi feito EM Cristo, (não em Adão) como o cabeça, em quem todos os eleitos foram escolhidos e em cujas mãos por este ato de graça foram colocados como Seu povo, graça e glória e isto em eterno ato de Deus nEle; “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo” (Ef 1:4) e dessa maneira, o apóstolo diz aos tessalonicenses que “por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação” (II Ts 2:13) não da primeira pregação do evangelho a eles, ou do tempo de sua conversão por ele, mas do começo dos tempos, até mesmo de toda a eternidade. Consequentemente, nada que foi feito no tempo poderia ser a causa ou condição dela. Os homens são escolhidos neste ato pela graça e para glória futura; todas as bençãos espirituais, adoção, justificação, santificação, fé na verdade e salvação por Jesus Cristo. Salvação é o fim proposto em relação ao homem; santificação do Espírito e fé na verdade são os meios apontados e preparados para este fim. “... nos elegeu nele”, “para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;”E nos predestinou para filhos de adoção”, etc (Ef 1:4,5). “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade;” (II Ts 2:13). “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo” (I Pe 1:2). “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo”. (I Ts 5:9).
Ambos, modos e fins são sem dúvida para escolhas individuais – desde que este é um ato da imutável vontade de Deus; esses são os redimidos pelo sangue de Cristo. Ele morreu por seus pecados e ficou satisfeito por eles: eles são justificados pela Sua retidão e nenhuma acusação pode ser feita contra eles; eles são efetivamente chamados pela graça de Deus; eles são justificados pelo Seu Espírito; eles perseverarão até o fim e finalmente não poderão ser enganados nem perecer, mas serão eternamente glorificados. “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena?” Este é o eleito (Rm 8:33).“Pois é Cristo quem morreu”(vers. 34).E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” (Rm 8:30). “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.” (Mt 24:24); mas isto não é possível.
 
4. O resultado final de tudo isto em relação a Deus, é a Sua própria glória; a glória de toda a Sua divina perfeição; a glória de Sua sabedoria em formar tal plano, em fixar começo e fim e preparar os meios para isto; a glória de Sua justiça e santidade, na redenção e salvação dos que escolheu, através do sangue, retidão e sacrifício de Seu Filho; e a glória da riqueza de Sua graça e misericórdia exibida em Sua bondade para eles através de Seu Filho; e o conjunto total de tudo isto é “Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado,” (Ef 1:6).
 
Esta é agora a doutrina bíblica da predestinação, ou essa parte dela que é chamada de eleição; de onde aparece para ser ABSOLUTA E INCONDICIONAL, sem restrições de qualquer coisa no homem como a causa e condição dela no tempo ou eternidade. O senhor Wesley acredita que “eleição é como uma divina designação de alguns homens para a felicidade eterna”; assim ele reconhece uma eleição particular e pessoal e chama isto de eterno decreto; mas acredita que é algo condicional: mas se isto é condicional, a condição é para ser citada; ele deixou de citar a condição; ele deixou de citar este ponto para nós, e em qual passagem da Escritura ela está; isto faz dele um enganador, e eu insisto sobre isto, ou senão ele nos daria sua noção não bíblica de eleição condicional. Marcos 16:16 não é a manifestação deste decreto, mas uma declaração da revelada vontade de Deus: e não cita para nós qual será o estado eterno dos crentes e descrentes: mas crentes, como tais, que são crentes verdadeiros, são os eleitos de Deus; mas por conseguinte a razão porque eles são os eleitos de Deus não é causa ou condição de sua eleição, mas sua eleição é a causa de sua fé; eles foram escolhidos quando não tinham feito nem o bem nem o mal e assim antes de crerem: e eles creram em tempo, em consequência de serem ordenados para a vida eterna, desde a eternidade passada: fé no tempo propício, eleição antes do mundo existir; nenhuma circunstância temporal pode ser a causa ou condição do que é eterno. Isto é a doutrina das Escrituras. Se o senhor Wesley não observa isso, deixe-o ouvir os artigos de fé de sua própria igreja [A Igreja da Inglaterra, ou Igreja Episcopal]; o sétimo, do qual segue:
 
“Predestinação para a vida é o eterno propósito de Deus por meio do qual (antes da fundação do mundo) Ele desde sempre decretou pelo Seu conselho, secretos para nós, salvar da desgraça e danação os que Ele escolheu em Cristo dentre toda a espécie humana e os trouxe a Cristo para perpétua salvação como vasos de honra. Para que eles sejam investidos com tão excelente benefício de Deus, ser chamado de acordo com o propósito de Deus pelo Seu Espírito trabalhando no tempo devido: eles através da graça obedeceram ao chamado: eles são justificados livremente: eles são feitos filhos de Deus por adoção: eles são feitos a imagem de Seu único primogênito o Filho de Deus, Jesus Cristo: eles andam religiosamente em boas obras e na longanimidade e misericórdia de Deus, eles obtem eterna felicidade”. Este é um artigo em conformidade com as Escrituras; um artigo em que ele como um verdadeiro filho da igreja traiçoeiramente se afastou; um artigo no qual o senhor Wesley deve ter subscrito e concordado; um artigo que deve ser proeminente diante de seus olhos, contanto que subscrições e juramentos oficiais representem qualquer coisa para ele.
                                                  
A doutrina da eleição como acima declarada e estabelecida de forma tão clara à luz das Escrituras e mostrada com tal evidência que é impossível para toda sabedoria e sofisma humano pôr de lado; o outro ramo da predestinação necessariamente segue, o qual não negamos, mas mantemos. O senhor Wesley alega ter encontrado uma eleição em que não implique em uma reprovação; mas que eleição pode ser essa, que a inteligência humana não pode delinear; se alguns foram escolhidos, outros foram rejeitados; e a noção de eleição do senhor Wesley em si mesma implica nisto;
 
I. O outro ramo da predestinação é comumente chamado de reprovação; o qual é segundo um imutável decreto de Deus, de acordo com Sua soberana vontade, pelo qual Ele determinou tomar alguns homens de toda a raça humana, do qual ele escolheu outros para legitimamente puni-los em relação ao pecado com eterna danação, para a glória de Seu poder e justiça. Este decreto consiste de duas partes, uma negativa e uma positiva; a primeira é chamada por alguns de preterição ou abandono, uma desistência de alguns quando outros são escolhidos; o qual não é outra coisa senão uma não-eleição; esta é chamada de pré-danação, sendo o decreto de Deus para condenar ou rejeitar os homens pelo pecado. 
 
II. Primeiro, preterição é um ato de abandonar ou de deixar alguns homens quando Ele escolheu outros, de acordo com Sua soberana vontade e satisfação; do qual ato está em clara evidência na Sagrada Escritura; bem como necessariamente implica no ato eletivo de Deus o qual há incontestável prova. Estes são “o resto”, os que permaneceram como não-eleitos enquanto que outros o foram; “os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos”. (Rm 11:7), ou pessoas eleitas que obtem justiça, vida e salvação em consequência de serem escolhidas e o resto delas foram deixadas e permanecerão em seu estado de ignorância e trevas e por seus pecados entregam-se a cegueira e dureza de coração. Esses são os que foram deixados de fora do livro da vida enquanto que outros tem seus nomes escritos desde a fundação do mundo; do qual se diz: “esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”. (Ap 13:8 e capítulo 17:8)
 
Segundo, pré-danação é o decreto de Deus para condenar o homem por causa do pecado, ou puni-lo com eterna danação por causa dele; e este é o sentido das Escrituras; e esta é a visão que elas nos dão desta doutrina. “O SENHOR fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal”. (Pv 16:4). Não que Deus tenha feito o homem para condená-lo; as Escrituras não dizem tal coisa, nem nós; nem é este o sentido da doutrina que defendemos; nem inferimos tal coisa disto. Deus não fez o homem nem para condenená-lo nem para salvá-lo, mas para Sua própria glória, que é Seu objetivo final em nos criar, o qual é respondido se ele é salvo ou perdido: mas o significado é, que Deus designou o homem mau para o dia ruim e destruição por sua perversidade. “... homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo.”(Jd 4). Por esta razão os objetos deste decreto são chamados “vasos da ira” (Rm 9:22), que é pelo pecado. E agora o que há de chocante nesta doutrina ou desagradével às perfeições de Deus? Deus não condena nenhum homem, mas por causa do pecado, e Ele decretou condenar nenhum, mas por causa do pecado [assim ele o fez].
 
Terceiro, este decreto, dizemos, está de acordo com a soberana vontade de Deus, nada pode ser a causa de Seu decreto senão Sua própria vontade: deixe o objeto desta parte do decreto que é chamada preterição, que considerou nem corrupto ou puro todo o gênero humano, como criaturas caídas ou não, eles são considerados na mesma visão e em igual nível com os escolhidos; e portanto, nenhuma outra razão pode ser dada, mas a vontade de Deus, que Ele deveria tomar alguns e deixar outros. E embora neste ramo que é um desígnio do homem para a condenação, o pecado é a causa deste decreto, a condenação; no entanto, isto é a vontade de Deus que a causa do decreto em si mesmo, por esta invencível razão ou de outro modo Ele deveria ter designado todos os homens para a condenção, desde que todos os homens são pecadores; deixe qualquer outra razão ser designada se isto puder ser, porque Ele decidiu condenar alguns homens pelos seus pecados e não outros,
 
Quarto, o propósito de Deus nisto tudo é glorificar a Si mesmo, Seu poder e Sua justiça; Seus desígnios são “por Si mesmo”, para Sua própria glória e isto entre o resto, “Deus, querendo mostrar a sua ira”, Sua justiça vingativa, “e dar a conhecer o seu poder,” na punição dos pecadores pelo pecado, “suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição;” (Rm 9:22).
 
A doutrina da reprovação, considerada nesta luz, nada tem em contrário a natureza e perfeições de Deus. Expressões ásperas e frases descuidadas que alguns podem ter usado ao falar ou escrever sobre esta doutrina eu não defenderei: mas como está neste caso declarada, eu penso que seja algo defensável, igualmente como a doutrina da eleição e é demonstrável por ela.
As Escrituras são de fato mais esparsas em uma do que em outra e tem nos permitido concluir uma de outra, em grande medida, ainda que não nos dê clara e plena evidência: ainda que a reprovação não seja tão abundantemente falada, contudo é claramente citada nos escritos sagrados; o porquê, sobre esta consideração julgamos ser mais apropriado e prudente, não é demais insistir neste assunto em nossos discursos e escritos; não de qualquer percepção de necessidade de evidência, mas por causa da importância do assunto.
Nossos oponentes são conscios disto; e por esta razão neste assunto nos pressionam, no intuito de trazer a doutrina da eleição ao deprezo e ao débil entendimento do homem carnal; e fazem seu primeiro ataque sobre este ramo da predestinação, o qual começam errando, desde a reprovação que não é outra coisa senão a não-eleição, ou que é oposta a eleição; deixe a doutrina da eleição ser demolida e a outra cairá, naturalmente; mas de modo a custar esforço excessivo; e eles encontraram uma melhor razão em mentes fracas em tomar o outro método; um método o qual os Remonstrants [seguidores de Armínio] formalmente eram desejosos, que no sínodo de Dort, puderam ser reconhecidos, um método pelo qual o doutor Whitby tomou em seu discurso dos Cincos Pontos do Calvinismo; e este é o método que o senhor Wesley tem pensado ser conveniente em tomar, e, de fato ele limita a si mesmo totalmente neste assunto: ainda quando ele chama seu panfleto, “Predestinação Calmamente Considerada”; porém considera somente uma parte dela, a reprovação, e isto não é um modo de argumentar, mas de arengar, não tomando conhecimento de nossos argumentos da Escritura ou explicação, somente fazendo algumas observações irônicas; desta maneira como estando a face a face com uma objeção, eu junto meus argumentos, bem como eu posso, deste inculto e imetódico desempenho dele e faço minha resposta.
 
E,
Primeiro, o senhor Wesley deseja poder ser considerado imparcial. Como é possível reconciliar reprovação com as seguintes Escrituras: Gênesis 3:17 e capítulo 4:7; Deuteronômio 7:9, 12 e capítulo 12: 26-28, e capítulo 30: 15, II Crônicas 15: 1, Ezra 9:12,14, Jó 36: 5, Salmos 145:9, Provérbios 1:23; Isaías 65:2, Ezequiel 18:26, Mateus 7:26 e capítulo 11:20, e capítulo 12:41, e capítulo 13: 11, 12, e capítulo 22:8, e capítulo 25. João 3:18 e capítulo 5:44, Atos 8:20, Romanos 1:20, II Tessalonicensses 2:10?
Nisso tudo não há uma única palavra que milite contra a doutrina da reprovação; nem em qualquer coisa tida como digna de consideração. Sabemos muito bem, nem é contrário a esta doutrina, que a maldição vem sobre todo homem pelo pecado; e que é isto que o torna inaceitável para Deus, e é a razão porque eles finalmente serão julgados por Ele, ou aceitos. Há um arrependimento que pode ser encontrado nos não eleitos; instâncias do tipo que não enfraquecem a doutrina. Mateus 8:11-12 prova isto. A palavra “ninguém” não está no texto original em Jó 36:5. Certamente há alguns que Deus despreza (Sl 53:5 e 63:20). É lamentável, mas ele trascreveu duas ou três centenas mais de passagens quando sua mão o fazia; mesmo todos os livros de Crônicas e todo o livro de Ester, que eram muito para seu propósito como esses que ele tem produzido.
Segundo, o senhor Wesley propõe as seguintes Escrituras que declaram que Deus tem a disposição de salvar a todos oss homens, para reconciliá-las com a doutrina da reprovação: (Mt 21:9, Mc 16:15; Jo 5:34; At 17:24, Rm 5:18 e capítulo 10: 12, I Tm 2:3,4, Tiago 1:5, II Pe 3:9, e I Jo 4:14.). Algumas não dizem respeito a eterna salvação, mas a salvação temporal dos judeus; e outras nada tem a ver com a salvação em qualquer sentido; algumas falam somente da vontade de Deus de salvar o Seu eleito, para quem Ele é longânimo; e outros de Sua vontade, que gentios bem como judeus devem ser salvos; e que é Seu prazer que todos os tipos de pessoas devem ser salvas por Cristo; nenhuma do qual milita contra a doutrina da reprovação.
 
Terceiro, ele pensa que esta doutrina é irreconciliável com as seguintes Escrituras que declaram que Deus veio salvar todos os homens; que Ele morreu por todos; que Ele perdoou a todos, até mesmo aqueles que no fim perecem! (Mt 17:11, Jo 1:29, e capítulo 3:17, e capítulo 12:47, Rm 14:15, I Co 8:11, II Co 5:14, I Tm 2:6, Hb 2:9, II Pe 2:1, e I Jo 2:1,2). Mas estas Escrituras não dizem que Cristo veio salvar a todos os que estão perdidos; ou que Ele veio para salvar todos os homens, ou que morreu por todos os homens, por todos os indivíduos da natureza humana; não há um texto em toda a Escritura que diga isto: que todos são aceitáveis, a que mais parece se aproximar disto é Hebreus 2:9: “provasse a morte por todos”, mas a palavra por “por todos” não está no texto original, isto é somente (do grego para) para cada um dos filhos de Deus, dos filhos, dos irmãos de Cristo e semente de Abraão em um sentido espiritual, como o contexto determina.
Como as passagens citadas acima, elas consideram cada um dos eleitos de Deus; ou os gentios, como distintos dos judeus; ou todos os tipos de homens [“todos” é um pronome indefinido]; mas não todos os indivíduos do gênero humano: e os que são representados como tais que deverão perecer, ou em perigo e perecer, são ou os que somente professam ser comprados por Cristo; ou cristãos verdadeiros cuja paz e conforto estão em perigo de ser destruídos, mas não seu povo e nenhum das passagens militam contra a doutrina da reprovação.
 
Quarto, esta doutrina é representada como contrária e irreconciliável com a justiça de Deus e com as Escrituras que a declaram, particularmente Ezequiel 18. Este capítulo de Ezequiel é relativo ao povo de Israel somente, não a todo o gênero humano; e considera somente a conduta providencial de Deus com eles, com respeito a coisas civis e temporais, uma defesa deles da desigualdade e injustiça; e não de coisas espirituais e eternas: ou a salvação e danação do homem; e portanto é esta uma coisa grosseiramente feita pelo senhor Wesley. Se qualquer um seriamente e imparcialmente considerar a doutrina acima declarada, não verá razão para considerar Deus injusto ou achar dificuldade em reconciliar isto com a Sua justiça.  
 
O primeiro ramo deste decreto, chamado preterição, deixa os objetos serem criaturas caídas ou não, isto não é imputado a eles; os deixa como estão, por esta razão não há injustiça: no outro ramo do decreto, desígnio para condenação, é somente pelo pecado; “há injustiça da parte de Deus” nessa causa? Certamentte não; se isto não é injustiça da parte dEle para condenar o homem pelo pecado certamente não pode haver injustiça nEle em decretá-lo para condenação pelo pecado: e se isto não foi injustiça da parte dEle em condenar todos os homens pelo pecado e de ter determinado fazer isto, como Ele indubitavelmente pode; isto não é um modo contrário a Sua justiça condenar alguns homens, e determinar assim fazer;  razão do que tudo o que é dito sobre este assunto é totalmente desprezível, mera tolice e para nada serve.
Deixe o argumento acima ser refutado se puder ser.
 
Quinto, esta doutrina da reprovação é representada como contrária ao julgamento geral; e que sobre este esquema não pode haver julgamento no porvir, nem qualquer estado futuro de recompensa e punição: mas porque assim? Como isto surgiu? Porque de acordo com nossa visão, “já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios” (Jd 4) mas então foi pelo pecado e se foi pelo pecado, como isto evita um julgamento futuro? Antes o mesmo se faz necessário; e certamente é, que um julgamento futuro é adequado a isto e totalmente inegável; Deus decretou condenar o homem pelo pecado; e através do julgamento do trono de Deus e são justamente condenados.
O julgamento de Deus toma lugar e a justa retribuição da punição conforme o Seu justo propósito e de acordo com as regras de justiça.
 
Mas o senhor Wesley tem a certeza em afirmar que nós dissemos que “Deus logrou ao homem lidar com a perversidade, mesmo desde o ventre de sua mãe; e deu a ele uma mente reprovável, ou mesmo duvidar do sentimento de suas mães”. Isto é inteiramente falso. Não dissemos tal coisa. Dissemos o que está nas Escrituras, que o homem “entregou-se a sim mesmo para a perversidade” como vemos no desenvolvimento de sua pessoa; e que Deus dá ao homem uma mente reprovável após uma longa trilha e curso de pecados; e isto deve ser uma justa coisa com que Deus traz tais pessoas ao julgamento e os condena por sua perversidade.
 
Mas então é dito que eles são condenados “por não terem esta graça, com que Deus decretou que eles nunca haveriam de ter”. Isto é novamente falso; não dissemos tal coisa, nem a doutrina fez com que nos sentíssemos obrigados a isto; dissemos de fato que a graça de Deus pertence a Ele somente; e se este é o sentido do texto em Mateus ou não, o assunto não é, isto é uma verdade que “Ele pode fazer o que desejar com Sua própria vontade”, graça: nós temos o que Ele determinou dar a alguns e não a outros, como verificamos que de fato Ele fez. Isto é auto-evidência de tudo a nossa volta. Mas então ele diz que Deus não condena o homem por querer esta graça. Ele não pensa corretamente ao dar a eles; ou por sua não crença que Cristo morreu por eles; mas por seus pecados e transgressões. Sua justa lei.   
 
E não é suficiente expor o justo julgamento e o proceder sobre isto? Ademais, os soberanos decretos de Deus em relação ao estado final do homem, estão até aqui executando o julgamento futuro que procederá de acordo com eles, junto a outras coisas: para com outros livros que serão então abertos, o Livro da Vida será um, no qual os nomes de alguns homens estarão escritos e outros não; “e a morte” será julgada fora dessas coisas os quais estão escritas nos livros de acordo com suas obras. - E quem quer que não tiver seu nome escrito no livro da vida, “foi lançado no lago de fogo”. (Ap 20:12,15). “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”. (Mt 7;23. )
 
Sexto, da doutrina é dito concordar de forma ruim com a verdade e sinceridade de Deus, em milhares de declarações, como essas: Ezequiel 18:23, e capítulo 32:32, Deuteronômio 5: 29, Salmos 81: 12, Atos 17: 30, Marcos 16: 15.
Para o qual eu respondo que algumas dessas passagens são referentes aos judeus somente e não a toda a humanidade; e são somente indagados compassivamente e veementemente após seu civil e temporal bem-estar: e a maior parte mostra o que é agradável a Deus e aprovado por Ele e o que Era necessário neles; com os quais eles são admoestados, entretanto sua vã jactância leva ao contrário. Outras somente mostram qual é a vontade de Deus em ordenar ou o que Ele tem feito em relação ao homem; não que seja Seu propósito deva fazer, ou que Deus conceda a ele; e nenhuma delas sugere qualquer insinceridade da parte de Deus, supondo a doutrina da reprovação.
 
É ordenado de fato pregar o evangelho “a toda criatura” a quem é enviado e a quem vem; porém, nunca foi trazido a todos os indivíduos da humanidade; houve multidões em todas as épocas que não o ouviram. E esta oferta universal de graça e salvação feita a todos os homens eu nego totalmente; não, eu nego que são feitas a qualquer; não, não para quem é eleito de Deus; graça e salvação são providos para eles no pacto eterno, alcançado por eles em Cristo, publicado e revelado no evangelho e aplicado pelo Espírito; muito menos eles são feitos para outros; razão porque esta doutrina não é acusada de falta de sinceridade neste assunto. Deixe os patrocinadores da oferta universal defenderem a si mesmos desta objeção; eu não tenho nada para fazer com isto; até que isto seja provado, que há uma oferta universal na Bíblia, então o raciocínio do doutor Watt’s neste ponto irá requerer atenção, mas até agora não terá. 
 
Sétimo, o senhor Wesley disse que as doutrinas da eleição e reprovação são as que menos concordam com a importância do amor e bondade de Deus. A doutrina da eleição certamente nunca pode discordar do amor e bondade de Deus; desde a escolha do homem a salvação é o fruto e o efeito de Seu eterno amor e graça; a razão porque qualquer um pode ser escolhido é porque eles são amados de Deus; eleição pré-supõe amor: e é o que o Apóstolo demonstra claramente para nós, quando diz: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade” (II Ts 2:13).
E a bondade de Deus aparece grandemente em consequência deste decreto na redenção dos que Ele escolheu em Cristo, na regeneração e santificação deles no Espírito, e em trazê-los por fim a eterna glória e felicidade de acordo com Seu desígnio original. Mas pode ser que esta doutrina da reprovação somente, embora ambas são juntadas pelo senhor Wesley, que assim impropriamente concorda com o amor e bondade de Deus. Isto não é consistente com Sua providencial bondade; no qual o sentido de “O SENHOR é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras.” e não obstante este decreto, todo homem tem uma porção desta bondade de Deus; e entretanto, eles abusam desta bondade, o que será um agravante para sua condenação; este é o seu próprio pecado e falha, e não é contra o decreto de Deus, como este escrito falsamente diz; que Deus, conforme a nós, concede ao homem ser bem sucedido com o propósito de aumentar sua danação; e todo seu conforto é por um eterno decreto de Deus, para provocar neles milhares de tormentos no inferno; ao passo que o abuso das misericórdias dadas, que irão aumentar sua danação, não seguem do decreto, mas de sua própria perversidade. A misericórdia especial e bondade de Deus aos tais é de fato negada, os quais é em Sua soberana vontade dada a quem Ele quiser; “compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer”. Ele é “misericordioso e piedoso” (Rm 9:18 e Ex 34:6-7), o ato de eleição é um ato do amor de Deus e flui Dele; a reprovação de fato vem de Sua aversão, o qual é um desígnio da ira; mas então é de Sua aversão ao pecado, o que não é contrário ao Seu ser como Deus de amor e bondade: além disso, há muito maior mostra do amor, graça, misericórdia e bondade de Deus em escolher alguns homens para a salvação e infalivelmente os manter assim e os trazer seguramente a bem-aventurança, do que no sistema contrário: de acordo com o qual nenhum homem é absoutamente escolhido para a salvação; salvação não é assegurada por qualquer pessoa em particular; é deixada para a instável e falível vontade humana: e isto é possível, que de acordo com este esquema, que nenhum homem pode estar seguramente salvo; não, é impossível que qualquer homem deva ser salvo pelo poder de sua própria vontade. Deixe ser julgado então, que este esquema é mais misericordioso e complacente para o homem, contendo todo o amor, bondade e honra de Deus. Sobre tudo, a doutrina da reprovação ainda que definida assim em uma tão fraca luz e representada em tal maneira odiosa, é uma doutrina defensável quando declarada e esclarecida; não temos temor em reconhecê-la e defendê-la.
 
Esta má indole não nos assusta; assim, o senhor Wesley chama, como ele pensa, belamente, mas deve ser de blasfêmia, um ato da vontade divina; nem é isto uma “pedra de moinho amarrada ao pescoço”, ou “hipóteses”, como ele sem dúvida muito elegantemente a expressa; mas deixe-me dizer a ele, esta vontade é Sua misericórdia característica, se isto não é uma pedra de moinho sobre seu próprio pescoço. Longe daqui ele vagueará para o livre-arbítrio e graça resistível: as vezes ele é livre-arbítrio, as vezes ele é livre graça; as vezes resistível e as vezes irresistível graça. Quando ele puder concordar consigo mesmo, ele irá aparecer em uma melhor luz e poderá ser mais digno de atenção. O que ele disse do livre-arbítrio de um lado e reprovação de outro como concordando ou discordando das perfeições de Deus, pode ser reduzido para uma ou outra das objeções acima, onde elas tem sua resposta.  
 
Eu raramente gasto meu tempo a observar o que ele diz do pacto da graça; o que ele próprio admite não ter conhecimento; e eu acredito nele, “Deus, o pai, fez um pacto com Seu Filho antes do começo do mundo, em que o Filho concordou sofrer tais e tais coisas; e o Pai deu a Ele tais e tais almas por uma recompensa, em conseqüência desses que devem ser salvos”. E então o senhor Wesley pergunta onde está escrito? E em que parte da Escritura este pacto pode ser encontrado?
Agora, não para informar ou instruir o senhor Wesley, mas com a finalidade que desta maneira quem estiver disposto a ser informado e instruído, leia Salmos 40:6-8; Isaías 49:1-6 e capítulo 53:10-12; Salmos 89:3,4,28,36; no qual irá aparecer plenos traços e pegadas de um pacto, ou conformidade, de uma estipulação e reestipulação, entre o Pai e o Filho; no qual o Pai propõe uma obra para Seu Filho e o chama para isto, mesmo a total redenção de Seu povo, no qual o Filho concorda, e diz: “farei Tua vontade, meu Deus!” e por uma recompensa de Seu ser em oferta pelo pecado e emanando Sua alma na morte; é prometido que Ele “verá a sua posteridade, prolongará os seus dias” e teria uma porção dividida com Ele com o grande e um espólio com o forte. Este foi em tal grau um pacto subsistindo antes do mundo ser feito por Cristo e posto em Suas mãos e todas as bênçãos espirituais providas e toda a graça dada a Seu povo nEle, antes da fundação do mundo; e não há um pacto nisto? Veja Provérbios 8:23, Tito 1:2, II Timóteo 1:9 e Efésios 1:3. 
 
O pacto da circuncisão feito com Abraão e com os israelitas no monte Sinai não são exemplos do pacto da graça; mas são pactos que se envelheceram e desapareceram para sempre e não dizem respeito a nós hoje que não estamos sob a lei mas sob a graça; mas todavia esses pactos foram condicionais para os judeus que estavam sob eles; o pacto da graça é absoluto e incondicional para nós, que temos cumprido todas as condições dele.

FONTE: www.discernimentobiblico.net 
Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira
Origem: Providence Baptist Ministries

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