quarta-feira, 30 de abril de 2014

Evangelho, loucura para a Igreja Pós-Moderna -Paul Washer


Imagem cedida por: missaoposmoderna.wordpress.com
Quando lemos Rm 1:16, entendemos que Paulo não estava envergonhado do evangelho. Isso pode parecer algo incomum para nós, que ele tenha feito essa declaração, sendo um apóstolo, o principal portador do evangelho de Jesus Cristo.
Mas quero enfatizar que, na carne, Paulo teria muitas razões para estar envergonhado do evangelho, porque o evangelho que ele pregava contradizia tudo que se cria ser verdade e tudo que se acreditava ser sagrado em sua cultura.
Agora, prestem atenção nisso: Paulo não tinha nenhum intento de ser relevante à sua cultura. Ele não tinha nenhuma intenção de fazer um acordo com ela, adaptar sua mensagem a ela, por um embrulho em sua mensagem ou qualquer outro tipo de absurdo que se tem tornado tão proeminente na comunidade evangélica de hoje.
Para o Judeu, o evangelho de Paulo era o pior tipo de blasfêmia, porque declarava que o Nazareno que morreu nesta cruz amaldiçoada, era o Messias – o Filho de Deus.
Para o Grego, era o pior tipo de absurdo, porque declarava que este Judeu de um lugar distante era, na verdade, Deus em carne.
Por isso, Paulo sabia que, quando abrisse sua boca para proclamar o evangelho, ele seria completamente rejeitado e ridicularizado com desprezo, a menos que o Espírito Santo interviesse e movesse sobre os corações e mentes dos que escutavam. Isso é o que ele sabia. Isso é o que você deve saber. Se você está pregando o evangelho de maneira correta, ele será um escândalo. Se você tentar diminuir o escândalo, não estará mais pregando o evangelho.
Plínio, o jovem, escreveu: “Depois de examinar duas meninas escravas cristãs sob tortura, eu descobri nada mais do que uma superstição perversa e extravagante”.
No diálogo “Octávius”, por Minúncius Felix, ele fala sobre o cristão: Suas cerimônias se concentram em um homem executado por seu crime, sob a fatal madeira da cruz.”.
E diz ainda: “Os cristãos apresentam delírios doentes, uma superstição louca e sem sentido, que leva a destruição de toda religião verdadeira”.
Sei que posso ofender alguns com o que irei escrever adiante, mas a verdade é que a maioria das estratégias modernas, para o “crescimento da Igreja”, usadas pelas Igrejas Evangélicas se focam principalmente nisso que acabo de citar acima.
No Oráculo de Apolo, preservados nos escritos de Agostinho, em resposta a pergunta de um homem sobre o que podia fazer para livrar a sua esposa da Fé Cristã, ele disse: “Deixe que ela continue, como queira , persistindo em seus delírios vãos. Lamentando com cânticos a um Deus que morreu em delírios e foi condenado por Juízes, cujo veredito foi justo, além de ser executado no princípio de sua vida com a pior das mortes, uma morte atada com ferro”.
Lucian(praticamente o Voltaire da antiguidade) zomba dos cristãos em sua obra “De Morte Peregrine”. Descrevendo-os como: “Pobres diabos, que negam os deuses gregos, além disso, honram a esse sofista crucificado e vivem de acordo com sua lei”.
Na obra original, “Contra Celsius”, Celsius declara: “Que mulher velha e bêbada, contando histórias para um menino dormir não se envergonharia de resmungar coisas tão absurdas?
Atualmente, o evangelho não é menos ofensivo, pois continua contradizendo a cada residente ou “ismo” presente em nossa cultura.

Relativismo, Pluralismo e Humanismo

Primeiro, vivemos numa época de Relativismo. Um sistema de crença que se baseia na certeza absoluta de que não existem certezas absolutas.
Hipocritamente aplaudimos aos homens por buscarem a verdade, mas logo pedimos a execução pública de qualquer um que admite tê-la encontrado.
Vivemos numa época de obscurantismo auto-imposto. Porque? As razões para isso são claras! O homem natural é uma criatura caída, moralmente corrupta e está empenhado em ter autonomia, isto é, governar-se a si mesmo. Ele odeia Deus, pois é justo; e odeias as leis de Deus, pois elas o censuram e restringem sua maldade. Ele odeia a verdade, pois expõe quem ele é e aflige o que lhe restou da consciência.
Portanto o homem caído busca empurrar a verdade, especialmente a verdade sobre Deus, o mais longe possível dele, afim de eliminá-la.
Ele irá a qualquer extremo para suprimir a verdade, até mesmo ao ponto de intentar que a verdade é algo que não existe, ou, se na verdade existe, não pode ser conhecida ou não possui relevância alguma em nossas vidas.
Perceba isso com respeito ao Evangelho. Nunca é o caso de um Deus escondido, mas sim do homem que se esconde. O problema nunca foi o intelecto, mas a vontade. Eu não creio que a Bíblia dê algum espaço para o ateísmo. São mentirosos os que aborrecem a Deus e empurram a verdade para fora de suas mentes, pois não existe tal coisa como ATEU. Pois, apesar de tudo, eles sabem.
Como um homem que esconde sua própria cabeça na areia para evitar um rinoceronte, o homem moderno nega a verdade do Deus justo e de moral absoluta. Com a esperança de silenciar a sua consciência e tirar de sua mente o Juízo que sabe que deve vir.
Agora, o evangelho cristão é um escândalo para o homem envolvido com o relativismo, e para sua cultura, pois ele faz exatamente o que o homem mais deseja evitar. Desperta-o do adormecimento auto-imposto para a realidade de sua natureza caída e rebelde, e o chama a rejeitar a auto-suficiência e o auto-governo e se submeter a Deus através do arrependimento e fé em Jesus Cristo.
Segundo, vivemos também numa época de Pluralismo. Um sistema de crença que põe fim à verdade ao declarar que tudo é verdade.
Vocês entendem o que estou dizendo? Quando tudo é verdade; quando declarações contraditórias que são diametralmente opostas são etiquetadas como verdades, o resultado é a morte da VERDADE.
Prestem atenção, o que vou dizer agora pode ser difícil de entender para os cristãos contemporâneos, mas os cristãos que viveram nos primeiros séculos da fé cristã foram marcados e perseguidos como ATEUS. E você também o será, se um avivamento não ocorrer nesse país. Esta será uma das razões pelas quais você irá para prisão.
Seguindo, a cultura que rodeava o Cristianismo estava mergulhada em Teísmo. O mundo estava cheio de imagens de deidades e a religião era um negócio crescente. Os homens não só toleravam as deidades dos outros, mas também as trocavam e as compartilhavam como se fossem cartões de beisebol.
O mundo religioso inteiro estava funcionando muito bem até que os cristãos apareceram e declararam que os deuses feitos por mãos humanas não eram deuses de verdade. Eles se negavam a dar aos Cesares as honras que lhes eram exigidas. Recusavam-se a dobrar os joelhos diante dos outros supostos deuses e confessavam apenas a Jesus como Senhor de tudo. Por isso, foram rotulados como ATEUS.
O mundo inteiro via essa “arrogância assombrosa” e reagia com fúria contra os cristãos por sua intolerância contra a tolerância.
Vejam essas palavras: “Arrogância Assombrosa”! Esse mesmo cenário abunda em nosso Mundo atualmente.
Contra toda lógica, é-nos dito que todos os pontos de vista com respeito a religião e a moralidade são Verdadeiros sem importar quão radicalmente diferentes sejam ou quão contraditórios possam ser. O aspecto mais esmagador de tudo isso é que através de esforços incansáveis do mundo acadêmico e dos meios de comunicação isto se tem convertido na opinião da maioria.
De qualquer maneira, o Pluralismo não aponta a cura da Maldade. Somente anestesia o paciente para que não possa sentir ou pensar!
Já o Evangelho é um escândalo porque desperta o homem de sua sonolência e se nega a deixá-lo repousar sobre um fundamento tão ilógico. Obriga-o a chegar a uma conclusão. “Quanto tempo mais você irá hesitar entre duas opiniões? Se Deus é o Senhor, siga-o; se é Baal, siga-o.”
O verdadeiro Evangelho é radicalmente exclusivo.
Eu nunca pensei que teria que dizer isso a evangélicos. Nunca pensei que viria o dia em que teria que falar a evangélicos que o Evangelho é radicalmente exclusivo. Nunca pensei que iríamos perder a Cristo como único caminho.
O verdadeiro Evangelho é radicalmente exclusivo. Jesus não é UM caminho, mas sim O caminho. E todos os demais caminhos não são caminhos de forma alguma.
Agora prestem atenção, pois isso é o que está acontecendo hoje em dia.
Se o Cristianismo simplesmente se mover um pequeno passo rumo a um ecumenismo mais tolerante e alterar o artigo definido “O” em “O Salvador” pelo artigo indefinido “um” em “um salvador” o escândalo será removido, o mundo e o cristianismo se tornariam amigos.
Você percebe isso? Se simplesmente dissermos que Jeová é “um” Deus, já não teríamos mais perseguição sobre nós. Se simplesmente dissermos que Jesus é “um” salvador, convidar-me-iam para o programa da Oprah Winfrey.
Vocês percebem isso? Todo o escândalo seria removido. “Se somente dissermos que Ele é o nosso salvador. Vocês têm o de vocês, e nós temos o nosso! Não vamos impor nada a vocês! Não vamos discutir nem dialogar nada. Se esse é o seu caminho, siga-o; pois eu vou seguir o meu!” Se somente dissermos isso, nunca seríamos perseguidos.
Mas se fizermos isso, o cristianismo deixa de ser cristianismo, nós deixamos de ser cristãos, Cristo é negado e o Mundo fica sem um Salvador!
Terceiro, vivemos numa época de Humanismo. Durante as últimas décadas, o homem tem lutado para tirar Deus de sua consciência e de sua cultura. Tem derrubado cada um dos altares visíveis do único e verdadeiro Deus para construir monumentos dedicados a si mesmo com o zelo de um fanático religioso.
Isso não é secularismo contra o pensamento religioso. Não pense assim! Porque o “secularista” tem uma religião. E, algumas vezes, ele é muito mais fanático em sua religião do que qualquer cristão pudera ser.
O homem tem conseguido fazer de si mesmo o padrão central e o fim de todas as coisas. Ele louva o seu próprio valor inerente, exige homenagens a sua auto-estima e promove o cumprimento de suas ambições e auto-realizações como a coisa mais importante a se alcançar.
E se você não crê que isso se tem alastrado dentro do cristianismo. Então você não leu o livro: “Tua Melhor Vida Agora” de Joel Osteen. Porque é exatamente disso que se trata.
Ele tenta colocar o remorso de sua consciência,(não se pode remover, está aí para ficar). Ele tenta explicar o remorso de sua consciência, como o remanescente de uma religião antiquada de culpa: o Cristianismo.
Ele livra a si mesmo de qualquer responsabilidade do caos moral que o rodeia culpando a sociedade, ou, pelo menos, a parte da sociedade que não tem alcançado a sua “iluminação”.
Qualquer sugestão, de que a sua consciência pode estar correta em seu testemunho contra ele mesmo, ou de que ele seria responsável pelas quase infinitas variedade de maldade no mundo, é IMPENSÁVEL!
Por esta razão o Evangelho é um escândalo para o homem caído, porque expõe suas ilusões sobre si mesmo, convence-o de sua queda e de sua culpa (esse é o principal e primeiro trabalho do evangelho).
Esta é a razão pela qual o mundo detesta tanto a pregação do Evangelho, porque o verdadeiro Evangelho arruína a festa do homem, faz cair chuva sobre a sua celebração, expõe suas falsas crenças, e faz ver que o “Imperador está nu”!
As Escrituras reconhecem que o Evangelho de Jesus Cristo é pedra de tropeço e uma loucura para todo o homem em todo o tempo.
Não se trata apenas de ser escândalo! Supõe-se que ele DEVE ser um escândalo!
Quem foi o pregador de avivamento do passado que disse: “Como é possível que o mundo não tenha ido bem com o homem mais santo que andou sobre a terra, mas pode viver bem conosco”? Supõe-se que DEVERÍAMOS ser um escândalo!
Prestem atenção, não devemos viver como um bando de fanáticos. Não temos que fazer um monte de loucuras para sermos escândalo. Basta sermos fiéis a esta única proclamação: Jesus é o Senhor de tudo!
Buscar remover o escândalo dessa mensagem é anular a cruz de Cristo e seu poder salvador. Devemos compreender que o Evangelho não é apenas escandaloso, mas se supõe que deva ser assim.
Através da loucura do Evangelho, Deus decretou destruir a sabedoria dos sábios, frustrar a inteligência dos mais brilhantes, e humilhar o orgulho de todos os homens, com o fim de que nenhuma carne se glorie em Sua presença, assim como está escrito:
Mas o que se gloria, glorie-se no Senhor” II Co 10:17
O Evangelho de Paulo não só contradisse a filosofia religiosa e a cultura de seus dias, como também os declarava guerra. (Não uma guerra política, em militar, mas sim uma guerra espiritual pela verdade).
Recusava a trégua ou fazer tratados com o mundo. E não se conformava com nada menos do que a rendição absoluta ao Senhorio de Jesus Cristo, até que cada um de nossos pensamentos fosse levado cativo a Cristo.
Faríamos bem em seguir o exemplo de Paulo. Devemos ser cuidadosos e rejeitar qualquer tentação em conformar o nosso Evangelho a moda de nossos dias, ou ao desejo de homens carnais.
OBS: Uma coisa sobre missões. Existe todo tipo de missões nesse mundo. Não necessitamos de mais missões. A maioria delas nem são missões bíblicas. Você que é um novo missionário, as missões devem ser definidas pelo exegeta e pelo teólogo. Pelo estudioso das Escrituras, não pelo Antropólogo ou Sociólogo, nem pelos novos especialistas em novas tendências culturais.
Fazemos evangelismo de acordo com os escritos sagrados das Escrituras e não precisamos da ajuda de Wall Street para isso.
Não temos nenhum direito de diminuir a afronta do Evangelho, ou civilizar as suas exigências radicais, com o objetivo de fazê-lo mais atrativo a um mundo caído ou aos membros carnais da Igreja.
Nossas Igrejas estão cheias de estratégias para fazê-las mais “amigáveis”, ao re-encapar o Evangelho, ao remover a pedra de tropeço, e ao remover o fio da navalha para que seja mais aceitável para os homens carnais.
Devemos ser “amigáveis”, mas devemos nos dar conta que somente existe um que busca e este é Deus! Se não estamos nos esforçando para fazer uma mensagem para nossa Igreja e a mensagem está “agradável”, então façamos “agradável” a Ele!
Se não estamos nos esforçando para fazer de nossa Igreja nosso ministério, então façamos com a paixão de glorificar a Deus. E com o desejo de não ofender a sua Majestade.
Lancemos ao vento o que o mundo pensa de nós. Não estamos aqui para buscar as honras dos homens, mas sim as honras dos céus.

Conclusão

Nossa mensagem não somente é um escândalo, como é inacreditável. Quero que tomem consciência disso. É uma mensagem inacreditável!
Como disse anteriormente, na carne, Paulo teria todas as razões para sentir-se envergonhado do Evangelho que pregava. Se tivesse, entretanto, outro motivo para ter vergonha carnal, o Evangelho é realmente uma mensagem inacreditável. Um aviso absurdo para os sábios deste mundo.
Como Cristãos, muitas vezes falhamos em dar conta do quão assombroso é quando alguém crê em nossa mensagem. Num sentido, o Evangelho chega tão longe que sua propagação no Império Romano é prova de sua natureza sobrenatural, pois ser capaz de atrair um gentil completamente ignorante sobre o Antigo Testamento, arraigado na filosofia grega ou em superstições pagãs, que passa a acreditar em uma mensagem sobre um homem chamado Jesus.

Este nasceu em circunstâncias questionáveis, numa família pobre, numa das regiões mais depreciadas do Império Romano e, apesar disso, o Evangelho declara que Ele era o eterno Filho de Deus, concebido pelo Espírito Santo no ventre de uma virgem.
Foi carpinteiro de profissão, um mestre religioso itinerante sem instrução formal e, apesar disso, o Evangelho afirma que Ele é superior a sabedoria comum do filósofo grego e dos sábios romanos da antiguidade.
Foi pobre e não tinha onde reclinar a cabeça, e, apesar disso, o Evangelho declara que por 3 anos alimentou milhares pela palavra, curou todo tipo de enfermidade entre os homens e até ressuscitou os mortos.

Foi crucificado fora de Jerusalém, como um blasfemador e inimigo do 
 Estado, e, apesar disso, o Evangelho declara que sua morte foi o evento fundamental em toda história da humanidade, e o único meio para a salvação do pecado e a reconciliação com Deus.
Foi colocado numa tumba emprestada e, apesar disso, o Evangelho declara que ao terceiro dia ressuscitou dentre os mortos, apareceu a muitos de seus seguidores, em 40 dias ascendeu aos Céus e se sentou à direta do Altíssimo Majestoso.
Portanto, o Evangelho afirma que um carpinteiro judeu e pobre, que foi taxado como lunático e considerado um blasfemador por seu próprio povo, crucificado pelo Estado, é agora o Salvador do mundo, o Senhor dos senhores, o Rei dos reis e em Seu nome, todo joelho se dobrará, incluindo os Césares.
Você tem alguma idéia de como era impossível para qualquer um, nos tempos de Paulo, crer nesta mensagem? Isso era impossível!!! Quem poderia ter crido em tal mensagem senão pelo poder de Deus? Não existe outra explicação!
O Evangelho não poderia ser levado para fora de Jerusalém, muito menos ao Império Romano, e a toda nação deste mundo a menos que Deus tenha estabelecido que isso acontecesse.

A mensagem teria morrido desde o momento de sua concepção, se tivesse dependido de habilidades organizacionais, eloqüência, ou poderes apologéticos de seus pregadores. Todas as estratégias missionárias do mundo e todas as artimanhas astutas do mercado de Wall Street nunca poderiam fazer o Evangelho avançar. O tropeço e a loucura do Evangelho.
Martin Hengel escreve sobre o escândalo antigo da cruz: “Crer que o único Filho pré-existente do Deus único e verdadeiro, mediador da criação e redentor do mundo, tenha aparecido em tempos recentes num lugar afastado da Galiléia, como um membro da obscura nação dos Judeus, e pior, tenha morrido a morte de um criminoso comum em uma cruz, somente pode ser considerado como um sinal de demência total…”
Portanto esta verdade trás encorajamento e alerta para os que pregam o evangelho.

Primeiro, é um incentivo saber que uma proclamação simples e fiel do Evangelho vai assegurar o seu avanço contínuo no mundo.
Segundo, é uma advertência para que nós não sucumbamos à mentira de que podemos fazer avançar o Evangelho através do brilho, eloqüência ou habilidosas estratégias de crescimento de Igrejas.

Tais coisas não possuem poder para concretizar a conversão impossível dos homens. Devemos mergulhar com desespero esperançoso sobre os únicos meios bíblicos para apresentar o Evangelho. A proclamação ousada e clara de uma mensagem que só não temos vergonha, mas que cremos e nos gloriamos, pois é o poder de Deus para a salvação de qualquer um que crer.
Por fim, vivemos numa época incrédula e cética. Nossa fé é ridicularizada, como um mito sem esperança. E somos vistos como fanáticos de mente fechada, ou vítimas, de mente fraca, de um engano religioso.

Tal ataque frequentemente nos coloca na defensiva e tentamos contra-atacar e provar nossa posição e relevância com apologética. Não sou contra a apologética, pois algumas formas dessa disciplina são úteis e necessárias, mas devemos nos dar conta que o poder, entretanto, está na proclamação do Evangelho.
Não podemos convencer o homem a crer, assim como não podemos levantar os mortos. Tais coisas são obras do Espírito de Deus. Os homens são atraídos a fé somente através da obra sobrenatural de Deus. E Ele tem prometido trabalhar, não através da sabedoria humana, ou por habilidades intelectuais, mas através da pregação de Cristo crucificado e ressuscitado dentre os mortos.

Devemos enfrentar o fato de que nosso Evangelho é uma mensagem que não se crê. Não devemos esperar que alguém nos preste atenção, muito menos que creia, sem a obra graciosa e poderosa do Espírito Santo de Deus.
Quão sem esperança é a nossa pregação quando separada do poder de Deus! Quão dependentes de Deus são todas as nossas pregações! Todo nosso evangelismo é nada mais que uma incumbência de tolos, a menos que Deus toque nos corações dos homens.
Não obstante, Ele tem prometido fazer justamente isso, se pregarmos fielmente o Evangelho. Está escrito:
 “Veio sobre mim a mão do SENHOR, e ele me fez sair no Espírito do SENHOR, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos.
E me fez passar em volta deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale, e eis que estavam sequíssimos.
E me disse: Filho do homem, porventura viverão estes ossos? E eu disse: Senhor DEUS, tu o sabes.
Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR.
Assim diz o Senhor DEUS a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis.
E porei nervos sobre vós e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o SENHOR.
Então profetizei como se me deu ordem. E houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, cada osso ao seu osso.
E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles espírito.
E ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor DEUS: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.
E profetizei como ele me deu ordem; então o espírito entrou neles, e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo.” Ezequiel 37:1-10
O texto acima representa a conversão dos homens. Quando vamos pregar, como lemos no texto, sempre seremos um Ezequiel e sempre estaremos parados em um vale de ossos secos. E, observem, eles estão muito secos.
Certamente, nos tempos de Ezequiel não havia nenhuma técnica pata trazer vidas a ossos secos. A medula estava completamente seca, fora dos esqueletos. Não era mais que poeira! Não havia técnica, não havia persuasão, não havia poder, não havia nada que humanamente se pudesse fazer para trazer esses ossos à vida.

Isso é evangelismo e seria bom que aprendesse agora. Isso é evangelismo.
Os homens estão mortos em seus pecados. Não estão somente mortos, mas são escravos do pecado. A vida, que têm, é só para seguir o “príncipe deste mundo”.

Eles aborrecem a Deus; são inimigos de Deus, estão cegos. Fazem tudo em seu poder para restringir e limitar cada traço de conhecimento que têm sobre Deus. Trabalham com todas as suas forças para fechar a sua consciência para que ela não fale.
Preferem sofrer no Lago de Fogo que dobrar seus joelhos, arrependerem-se e crerem em Deus.
Agora, vá e trate em aprender alguma técnica evangelística para trazê-los a vida. Fazem intermináveis chamadas ao altar para repetir uma oração. Contam todo tipo de histórias sentimentais. Manipulam suas paixões, suas emoções e a única coisa que vão obter é um grupo de filhos duplamente do inferno.
Para que os homens sejam salvos, há somente uma forma: que um homem, como Ezequiel, pare no meio deste vale e pregue a única mensagem que Deus prometeu abençoar, que é o Evangelho de Jesus Cristo!
Quando estamos buscando missionários, ou quando estamos entrevistando candidatos, só queremos uma coisa: um homem que sabe que seu ministério é uma impossibilidade, que os homens não podem ser convertidos, como tampouco os mortos podem ser ressuscitados, e mundos não podem ser criados do nada. 

Um homem que entenda que tem somente algumas armas de guerra, mas que são poderosas:
1)      A pregação do Evangelho;
2)      A Oração Intercessória;
3)      O amor sacrificial de doar-se a si mesmo.

Dê-me homens e mulheres, como estes; e verão como o Evangelho avançará no mundo.
Quanto mais você depender de métodos carnais, quanto mais Igrejas tentarem encher, não por serem bíblicos, mas por encontrarem a última moda com que podem atrair um maior número de pessoas. Quanto mais fizermos isso, nunca veremos o poder de Deus.
E a Igreja em seu desejo de ser relevante, torna-se ridícula frente a seus inimigos, pois se vocês atraem pessoas usando métodos carnais, terão que manter essas pessoas usando métodos carnais.
Devemos, portanto, aprender a viver, pregar na dependência do Espírito Santo de Deus.

FONTE; http://arautodecristo.com/2011/06/02/artigo-paul-washer-evangelho-loucura-para-a-igreja-pos-moderna/

terça-feira, 29 de abril de 2014

Quanto custa ser um homem? Pastor Paul Washer


Imagem cedida por: valedebaca.blogspot.com

O problema da perda da masculinidade nos nossos dias. Nas escrituras e em muitas civilizações havia esta noção de que o macho ou era um menino ou era um homem. Não há muitos jovens que gostam de ser chamados de meninos. Então, havendo apenas duas opções, um jovem iria se esforçar para se tornar um homem, pois não quer ser um menino. Mas esta falsa idéia de “modelos evolucionários” trouxe uma terceira categoria: adolescentes.

Então agora quando um garoto atinge a idade de onze, doze anos, ele é chamado de adolescente. E é dito a ele que ele tem que se auto-descobrir, buscar autonomia, ser rebelde, etc.
Mas a bíblia não ensina que exista um período assim. E esta fase é perfeita para o cara preguiçoso, que quer experimentar os privilégios de um homem, mas não quer assumir as responsabilidades de um homem, e continua agindo como um menino, até a idade de trinta anos. A responsabilidade primordial de um homem santo é gerar homens santos. A responsabilidade primordial de um pai é investir sua vida, a todo custo, para criar seus filhos, de maneira que eles cheguem a idade de 17 ou 18 anos e possam assumir o título de homem.

Alguns jovens me perguntam: “Quando eu devo começar a namorar?”. O namoro é algo recente, cultural, que nasceu nos últimos cem anos para cá. É algo recreacional. Você quer sair com uma garota… por que? Porque você quer os privilégios de ter uma parceira ao seu lado mas sem assumir as responsabilidade de ter uma parceira. Então, quando eu posso começar a me relacionar com alguém do sexo oposto? Quando você se tornar um homem.
E o que quer dizer se tornar um homem? De acordo com as escrituras, em primeiro lugar, é ser capaz de ser o líder espiritual de uma mulher e de uma casa. Antes disso, biblicamente, você não é considerado um homem.

Não é apenas ter a capacidade de fazer isto, mas é assumir a responsabilidade, o peso nos seus ombros, de guiar espiritualmente sua família, ensinando e sendo exemplo.
Além disso, você estar pronto para proteger sua família. Não significa ser cheio de músculos, mas ter o caráter forte e necessário para enfrentar as adversidades que batem a porta. Não é obrigação da sua esposa fazer isto. É sua responsabilidade se colocar na porta para que sua mulher nunca tenha que enfrentar os problemas e seus filhos tenham um lugar seguro para crescer e se desenvolver.

Quando um rapaz pode iniciar um relacionamento? Quando ele pode ser um provedor para aquela pessoa. Por exemplo, se seu pai e sua mãe ainda pagam suas contas, você não tem o direito de pensar em alguém do sexo oposto. Apenas porque você atingiu certa idade não quer dizer que pode participar de tudo o que diz respeito a um homem. Você pode ter vinte e um anos e ser ainda um menino. A bíblia sempre trata com homens: “e por esta razão o homem deixa seu pai e sua mãe para se unir a mulher”.

Esta idéia de namoro recreacional, “estou com ela porque gosto dela”, não existe na bíblia, nem mesmo nas culturas dos povos, exceto na cultura moderna ocidental. Os cristãos tem pelo menos cinco relacionamentos antes de se casarem, então quando chegam no altar, cinco partes deles estão espalhadas por aí. Eles não são uma pessoa completa. Você não pode entrar em um relacionamento, de qualquer tipo de intimidade, sem deixar uma parte de você mesmo para trás.

Não existe na bíblia a idéia de um garoto, debaixo do teto de seus pais, se alimentando da mesa deles, sustentado por eles, irá sair e se divertir com alguém do sexo oposto. Ela diz que para estar junto com alguém você deve deixar seu pai e sua mãe.
Então, tudo o que conhecemos terá que ser mudado? Exatamente. Mas se você é jovem, você crescerá rápido e se disser: “Eu não posso mais ser um garoto ou brincar com as coisas de garoto, e ao mesmo tempo esperar ter a permissão de participar nos privilégios de homens”.

Pais, é sua principal responsabilidade que quando seus garotos atingirem 18 anos, eles sejam homens. E por que a masculinidade bíblica se perdeu nos dias de hoje? Eu perguntava para um grupo de garotos: “Vocês estão no ensino médio. Vocês já escutaram seus amigos conversando sobre como crescer e se tornar um homem de verdade, desenvolver o meu caráter, ser capaz de tomar conta de mim mesmo, depois encontrar um esposa e criar uma família santa?” Não, eles estão todos brincando com Playstations e coisas assim.

Eu morei em uma tribo no Peru por muitos anos. Lá, quando um garoto tem 14 anos ele pode se casar, porque ele pode construir sua casa, pode fazer uma plantação, pode lutar para defender sua tribo de outras tribos. Mas na nossa cultura, a época do colégio é pura diversão, sem essa noção de “Eu tenho que me tornar um homem”. Depois, vem a universidade, que nada mais é que um colégio com pessoas mais velhas, onde o mesmo espírito permanece: “Vamos pra festa! Vamos andar poraí com nossos amigos! Vamos continuar a nos divertir”. E alguns, quando saem da universidade, continuam: “Ótimo, agora eu tenho dinheiro, posso comprar mais Playstations! Posso ter mais hobbies e comprar brinquedos mais caros”. E claro, eles querem sexo, então entram em um relacionamento. Mas, mesmo após o casamento, nunca assumem a responsabilidade de seu relacionamento. Pois não sabem que estão casando com uma esposa, acham que estão casando com uma “mãe”, então querem que o tratamento de “mãe” continue.

Os pais tem essa idéia de que quando seus filhos atingem a idade de 12 anos, 11 anos (e a idade continua diminuindo), e começam a pensar sobre o sexo oposto é chegada a hora deles entrarem em relacionamentos. Este não é o sinal de Deus de que seu filho deve entrar em um relacionamento, mas é o sinal de Deus que é hora de começar a trabalhar a sua masculinidade, para que com o tempo ele se torne um homem e possa entrar em um relacionamento. O mesmo vale para as meninas. A idéia de ter garotos e garotas de 12 e 13 anos se relacionando é doente.

O pior erro que você pode cometer é chegar para um de meus garotos e dizer: “Você é jovem, bonito, porque você não arranja umas namoradinhas?”. Eu vou lhe parar no mesmo instante e lhe manter distante dos meus filhos. Jovens garotos devem estar construindo castelos, lutando contra dragões e lendo Crônicas de Narnia.
O que acontece é que quando aquela faísca aparece, não há ninguém para direcioná-lo. Quem lhe ensina sobre isto é a televisão, revistas e outros garotos como você. É gasto muito tempo conversando sobre garotas, e jogos, e passeando por shoppings, e todo aquele tempo que deveria ser usado para desenvolver masculinidade e feminilidade é jogado fora.
Nos anos 60 e 70, nós quisemos dar ouvidos a grupos de feministas e homossexuais que queriam nos ensinar a como criar nossos filhos. Nós deveríamos ter ido nas escrituras, nas veredas antigas, nos caminhos do Senhor.

Houve o tempo em que os homens eram respeitados por colocarem comida na mesa. Agora, isto não é suficiente, você deve colocar dois carrões na garagem. E muitos homens e mulheres estão trabalhando e não é para colocar comida na mesa, é para comprar todos os brinquedos que a sociedade compra, pagar pelos seus hobbies e a crianças são esquecidas.

Sua obrigação não é dar as crianças todas as coisas que você nunca teve, pois foram as coisas que você nunca teve que fez de você o homem que você é hoje, e são estas coisas que você nunca teve e que você dá aos seus filhos que estão transformando-os em inúteis. Não devemos dar as nossas crianças tudo o que não tivemos, devemos dar a elas nós mesmos, um mentor, um pai, um líder.
Verso 19 de Gênesis 3 diz: “Do suor da tua face tu comerás o pão…”. Há tempos atrás, apenas pessoas milionárias viviam em mansões. Mas, na nossa sociedade moderna, achamos que qualquer pessoa que trabalhe meio-período tem o direito de morar em uma casa destas. Achamos que merecemos tudo, e que temos o dever de viver o estilo de vida que os ricos famosos vivem.
Não, não caiam na falsa idéia de que merecemos uma vida fácil, com várias férias, podendo viajar quando bem quisermos, que podemos terminar nosso trabalho no final do dia, trazer comida para casa, depois sentar na poltrona e ficar ali como um tronco de madeira morto, porque você merece. Isto está errado. Você deve viver do suor do seu trabalho. Esta é sua vida como homem. Você tem muitas obrigações a cumprir e pouco tempo para descansar. Sinto muito, isto é masculinidade.

Em suma, devemos acordar bem cedo, ir trabalhar, voltar para casa, e então nosso real trabalho começa. Temos uma esposa em casa para cuidar que precisa de muito mais do que apenas trazermos comida. E temos crianças que precisam ser discipuladas e mentoreadas. Então, desabamos na cama, para acordar no dia seguinte e fazer tudo de novo. Esta é a razão pela qual a mulher deve cuidar da casa e viver para seu marido, pois a vida dele é viver para eles.

Nossa cultura prega que devemos ter uma vida fácil. Quando a queda aconteceu, no jardim, a vida fácil foi embora. Muitos homens trabalham, e eles odeiam isso, e eles ficam com suas famílias apenas suficiente para fazer o mínimo, e então podem fugir de seus trabalhos e de suas famílias para fazer algo que realmente gostem, e suas vidas ficam sempre nestes hobbies, nos esportes, em descansar, e outras coisas.

A única maneira de achar contentamento nesta vida é vendo o seu trabalho e suas responsabilidades nesta terra como ordenanças de Deus e aguardando sua recompensa no céu, realizando o trabalho que lhe é proposto e tirando sua alegria do fato de agradar a Deus ao assumir a responsabilidade de sua masculinidade.
Então não podemos praticar esportes ou descansar? Podemos, mas não tanto quanto gostaríamos, ou tanto quanto meus amigos, que não são casados ou não tem filhos.

Existem fases diferentes em nossas vidas. Onde está seu coração? A verdadeira alegria não está em continuar sendo um menino eternamente, apenas com brinquedos mais caros e continuamente sendo cuidado por uma mãe, seja ela sua mãe mesmo ou sua esposa.

A alegria e o contentamento vem de assumir sua responsabilidade que lhe foi proposta por Deus, de prover para sua família, e não apenas coisas físicas, pois isso é apenas uma pequena parte da provisão.

A pessoa mais importante na face da terra para um homem deve ser sua esposa. E vice-versa. Uma terrível ilustração para isto é que, se eu estiver em um barco com minha mulher e meus filhos, e o barco estiver afundando, e apenas eu souber nadar e for capaz de salvar apenas uma pessoa, eu devo salvar minha esposa. Você já deve ter escutado: “Não há amor como o de mãe”, isso é errado, a bíblia fala que não há amor como o amor de um pai.
Você sabe porque tantas mulheres são tão ligadas as seus filhos?

Porque suas necessidades emocionais que deveriam ser supridas por seu marido não o são, então elas buscam esse suporte emocional nos seus filhos. O problema é que as crianças não foram feitas para nutrir emocionalmente os pais. Se o marido amar a esposa mais do que tudo, as crianças olharão e dirão: “Meu pai ama minha mãe mais do que tudo neste mundo. Este lar está seguro como uma rocha, papai não vai a lugar nenhum”. E a filha dirá: “Então é assim que um homem deve tratar uma mulher. Meu pai trata minha mãe como se fosse uma rainha. Eu não irei aceitar nada menos do que isto”.

FONTE: http://visaoapocaliptica.blogspot.com.br/2014/04/quanto-custa-ser-um-homem-pastor-paul.html 

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